Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2024
Uma espécie rara de cacto arbóreo foi extinta na Flórida por causa do aumento do nível do mar nos Estados Unidos, no primeiro caso de desaparecimento de uma espécie por essa causa ligada às mudanças climáticas, informaram pesquisadores nesta semana.
O cacto arbóreo de Cayo Largo (Pilosocereus millspaughii) estava limitado a uma pequena área dos Cayos da Flórida, um arquipélago no extremo sul do Estado. Identificado pela primeira vez em 1992, foi monitorado de forma intermitente desde essa época. Mas a intrusão de água salgada na região, causada pelo aumento do nível do mar, a erosão do solo por tempestades e marés altas, além de mamíferos herbívoros, exerceram pressão significativa sobre a última população desses cactos.
Atividade humana
“Infelizmente, o cacto arbóreo de Cayo Largo pode ser um indicador de como outras plantas costeiras baixas responderão às mudanças climáticas”, disse Jennifer Possley, diretora de Conservação Regional do Jardim Botânico Tropical Fairchild. A mudança climática causada pela atividade humana faz com que camadas de gelo e geleiras derretam, aumentando assim o nível dos oceanos. Ela é a autora principal de estudo publicado no Journal of the Botanical Research Institute of Texas, que documenta o declínio da espécie.
Sobrevivência
Em 2021, um grupo de aproximadamente 150 caules em um bosque de manguezais isolado foi drasticamente reduzido a apenas seis peças frágeis, com dificuldades de sobrevivência. Especialistas as realocaram para cultivo em outro local, na tentativa de garantir sua continuidade. Os cactos arbóreos de Cayo Largo ainda crescem de forma restrita em algumas ilhas dispersas do Caribe, incluindo o norte de Cuba e das Bahamas.
Luz da lua
Essas plantas podem atingir alturas superiores a 6 metros e apresentam flores de cor bege com aroma de alho que brilham à luz da lua, atraindo morcegos polinizadores. Seus frutos de cores vivas – vermelha e roxa – também são atraentes para aves e mamíferos. As informações são da agência de notícias AFP.