Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2020
Definida pela Polícia Civil gaúcha como uma das maiores ofensivas já realizadas na história da corporação no Rio Grande do Sul, uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (16) teve como alvo uma facção criminosa que havia se apossado de um condomínio residencial na periferia de Alvorada (Região Metropolitana de Porto Alegre). Ao todo, participaram cerca de 850 agentes.
Foram cumpridas 279 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão, busca e apreensão, além de medidas restritivas de contas bancárias. As capturas totalizaram ao menos 17 investigados em um conjunto de prédios no bairro Umbu (um dos mais pobres da cidade), sendo que outras 39 já estavam presas. Permanecem foragidos 21 indivíduos.
Todas elas agiam sob a liderança de um detento que seguia comandando as ações mesmo cumprindo sentença dentro da Penitenciária Modulada de Charqueadas (Região Carbonífera). Boa parte da movimentação criminosa, que envolve quase 100 suspeitos, foi registrada nos últimos meses por meio de interceptações de 125 telefones celulares, em um total de 1,8 milhão de ligações.
Voltado para moradores de baixa renda, o condomínio é composto por 18 blocos, totalizando 900 apartamentos. Destes, ao menos 50 unidades foram invadidos por criminosos, que expulsaram os proprietários ou inquilinos para negociar os imóveis ou mesmo utilizá-los como depósitos clandestinos de armas e drogas.
Um ano e meio de apuração
A investigação demandou 18 meses de trabalho, centrado na apuração de nove homicídios, tráfico de drogas, extorsão, lavagem de dinheiro, corrupção de menores e outros crimes.
Em um dos incidentes, uma das moradoras do complexo habitacional foi assassinada, teve o corpo queimado e o apartamento vendido para saldar uma cobrança de dívida de drogas.
(Marcello Campos)
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