Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2020
Na manhã desta quarta-feira (25), a Polícia Civil deflagrou no Rio Grande do Sul e em outros três Estados a megaoperação “Black Dolphin”, tendo como alvo crimes sexuais infantojuvenis, inclusive na internet. Em âmbito gaúcho, quatro pessoas foram presas em Porto Alegre, Gravataí, Pelotas e Frederico Westphalen.
Também houve a apreensão de computadores, celulares e arquivos de computador em cidades como Carazinho, Soledade, Três de Maio e Santa Rosa. Ao todo, mais de 50 agentes cumpriram, ainda, nove mandados de busca e apreensão nestas cidades, com o apoio de técnicos do IGP (Instituto-Geral de Perícias).
Já nos demais Estados, até agora já foram presas ao menos 35 pessoas: 32 em São Paulo, duas em Minas Gerais e uma no Rio de Janeiro.
A investigação começou em 2018, em São Paulo, após um monitoramento constante levar à identificação de um pedófilo que pretendia oferecer a própria sobrinha para criminosos sexuais na Rússia. Segundo a corporação, o plano era levar a criança até a um parque temático da Disney da Europa e então simular um desaparecimento da garota no local.
Desde então, com a ajuda de especialistas, a Polícia Civil passou a vasculhar a internet, inclusive por meio da chamada “Deep Web”, espécie de “internet paralela”, à qual tem acesso apenas profundos conhecedores de tecnologia digital).
O resultado foi o detalhamento de uma rede de “predadores” que produzem, vendem e compram vídeos de crianças em situações de vulnerabilidade sexual. Também há indícios de sequestro e tráfico de crianças, adolescentes e jovens para esse tipo de finalidade.
No Brasil, a apuração levou ao levantamento de pelo menos 220 alvos espalhados não apenas no Estado de São Paulo, como também no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Os alvos das operações são suspeitos de produzir, divulgar, publicar, compartilhar, armazenar, compartilhar e até mesmo comercializar fotos e vídeos de crianças e adolescentes em cenas de sexo explícito ou cunho pornográfico, inclusive estupros e abusos. Durante as buscas os peritos do Intituto Geral de Perícias procuram arquivos digitais (fotos, vídeos, etc) que contenham cenas de abuso sexual infantil.
Denominação
“Black Dolphin” é o apelido de uma penitenciária na Rússia, considerada como uma das instituições carcerárias mais seguras e temidas do mundo. Na frente do prédio, há a estátua de um golfinho preto, construída pelos próprios detentos.
“Os indivíduos investigados, no ambiente obscuro da ‘Deep Web’, chegavam a comentar que somente a ‘Black Dolphin’ seria capaz de detê-los, em uma indicação sobre a suposta incapacidade das autoridades brasileiras em capturá-los.
(Marcello Campos)
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