Uma pessoa morre a cada minuto no mundo de causas relacionadas à aids. A informação está em um relatório divulgado pela Unaids, o braço da Organização das Nações Unidas (ONU) dedicado ao combate à doença. A divulgação foi na abertura da 25ª Conferência Internacional sobre aids na Alemanha.
Apesar dessa realidade, a ONU, diz que a aids pode acabar ainda nesta década. Mas, o caminho precisa ser ajustado. Isso porque o compromisso mundial era reduzir as novas infecções anuais para menos de 370 mil até 2025. Mas, no ano passado, houve 1,3 milhão casos; ou seja, um número três vezes superior ao estabelecido.
Além disso, hoje, dos 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV, o vírus da aids, 9,3 milhões não estão recebendo o tratamento. A consequência é que uma pessoa, por minuto, morre por causas relacionadas à aids.
Apesar disso, o relatório da ONU mostra progresso, embora lento, na distribuição de medicamentos para pessoas com HIV. Como explicou a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.
Houve evolução também na prevenção de novas infecções que caíram 39% desde 2010 no mundo. Mas, Oriente Médio e Norte da África, Europa Oriental e Ásia Central, e América Latina estão registrando aumentos.
Segundo o documento, a discriminação contra gays, prostitutas e pessoas que usam drogas afetam a prevenção e tratamento. Hoje essas populações representam 55% das novas infecções no mundo; em 2010, eram 45%.
O relatório da ONU mostra ainda que o financiamento para combater a doença está diminuindo. Em 2023, eram US$ 19,8 bilhões disponíveis; 5% menos em relação a 2022 e US$ 9,5 bilhões abaixo do necessário até 2025.
Por isso, para as Nações Unidas, este ano é decisivo para que a aids deixe de ser uma ameaça à saúde pública até 2030.
Se, a partir de agora, tivermos mais recursos e a garantia dos direitos humanos, em 2050, 29 milhões de pessoas estarão em tratamento vitalício. Caso contrário, serão 46 milhões.
Doença
O HIV é a sigla em inglês para Vírus da Imunodeficiência Humana. Ele ataca o sistema imunológico, que tem o objetivo de proteger o nosso organismo e defendê-lo contra doenças. A síndrome da imunodeficiência humana, conhecida como aids, é a doença causada por esse vírus.
É fundamental destacar que ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Muitas pessoas vivem com o vírus, mas permanecem um período assintomáticos e, com o tratamento adequado, não desenvolvem a doença.
Pessoas que apresentam a carga viral detectável podem transmitir o vírus. A transmissão pode ocorrer por relações sexuais desprotegidas, por meio do compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez ou amamentação.
Já quem vive com HIV, está em tratamento antirretroviral e apresenta a carga viral indetectável há pelo menos seis meses não transmite o vírus. É fundamental fazer os testes e manter todos os cuidados com a prevenção.
A transmissão do HIV pode ocorrer das seguintes maneiras:
* Relações sexuais sem preservativo;
* Utilização de uma seringa por mais de uma pessoa;
* Transfusão de sangue contaminado;
* Instrumentos perfurocortantes não esterilizados;
* De mãe para filho durante a gravidez, no parto ou no aleitamento materno.
Com relação às mães que vivem com HIV, é importante destacar que elas têm 99% de chance de terem filhos livres do vírus, desde que sigam o tratamento recomendado durante a gestação ou no pós-parto.
Para entender o que é HIV, também é importante conhecer seus sinais e sintomas. Quando o organismo é infectado, o sistema imunológico começa a ser atacado e essa primeira fase é chamada de infecção aguda.
Os primeiros sintomas costumam surgir entre duas a quatro semanas após o contato com o vírus e são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Muitos casos passam despercebidos em razão disso.
Durante a fase seguinte, há uma forte interação entre as células de defesa do corpo e as mutações do vírus. O organismo não fica fraco o suficiente para permitir outras doenças durante esse intervalo. Essa fase pode durar anos e é chamada de assintomática.
Mais tarde, o frequente ataque ao sistema imunológico faz com que as células de defesa fiquem menos eficientes e sejam destruídas com o tempo. O organismo vai ficando mais fraco e vulnerável a inúmeras infecções.
Nesta fase, há a redução dos linfócitos T-CD4+ e alguns sintomas são comuns, como por exemplo:
* Febre;
* Diarreia;
* Suores noturnos;
* Perda de peso.
No estágio mais avançado da infecção, a baixa imunidade deixa o corpo mais vulnerável ao surgimento de doenças oportunistas.
Quando o indivíduo chega nessa fase por não saber de sua infecção ou por não seguir o tratamento adequado, ele pode desenvolver doenças como hepatites virais, tuberculose, toxoplasmose, pneumonia e até alguns tipos de câncer.