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Brasil Uma planilha apresentada por delator da empreiteira Odebrecht mostra 700 mil reais para supostas despesas do sítio utilizado por Lula em Atibaia, no interior paulista

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A defesa do ex-presidente nega que ele seja dono do imóvel, registrado em nome de amigos. (Foto: Reprodução)

O MPF (Ministério Público Federal) apresentou ao juiz federal Sérgio Moro, nessa segunda-feira, uma planilha que mostra supostas movimentações financeiras feitas pelo setor de propinas da Odebrecht, cujo destino seria o pagamento de obras de um sítio em Atibaia, no interior paulista.

O imóvel é objeto de um processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de receber propina da empreiteira por meio das reformas no imóvel. A planilha foi entregue ao MPF pelo ex-funcionário da empresa, Emyr Diniz Costa Júnior, que alegou ter feito uma cópia do documento no sistema de computador Drousys, usado pela Odebrecht para a comunicação sigilosa entre os seus funcionários.

Costa Júnior é um dos delatores ligados à empreiteira, e a investigação indica que ele foi o engenheiro responsável pelas obras no imóvel. A planilha aponta movimentações financeiras que totalizam R$ 700 mil, mediante quatro repasses de dinheiro (R$ 300 mil, R$ 120 mil, R$ 197,9 mil e R$ 2,1 mil) realizados entre os dias 16 e 30 de dezembro de 2010, último ano do governo de Lula.

Ainda de acordo com o MPF, uma cópia idêntica do documento foi encontrada dentro de discos rígidos que contêm todos os dados armazenados no sistema Drousys e que foram apreendidas durante as investigações da Operação Lava-Jato. A defesa de Costa Júnior afirma que o dinheiro foi repassado quando ele atuava em outra obra, chamada de Projeto Aquapolo, uma obra de saneamento realizada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) na região do ABC Paulista.

Os advogados do delator afirmam que a planilha corrobora o que disse Costa Júnior durante os depoimentos prestou no âmbito do acordo de delação premiada. A defesa afirma que os valores são compatíveis com as notas fiscais já apresentadas pelo MPF à Justiça, como provas da suposta propina ao ex-presidente Lula. O órgão, porém, apenas confirma ter encontrado a cópia da planilha, sem fazer juízo de valor quanto à suposta prova apresentada.

“Setor de propinas”

Ainda conforme a defesa de Costa Júnior, a planilha mostra que os valores pagos em 2010 foram repassados pela equipe do chefe do setor de propinas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, por intermédio da secretária Maria Lúcia Tavares. Eles dizem que todo o dinheiro foi empregado na obra da reforma do sítio em Atibaia.

A propriedade é um dos alvos de investigação sobre Lula no âmbito da Lava-Jato. As apurações apontaram indícios de que ele seria o real proprietário do imóvel, que está registrado em nome de outros dois empresários. O imóvel era usado com frequência pela família do ex-presidente, que alega que os donos liberaram o acesso ao local, por amizade.

Além de Lula e de Costa Júnior, são réus neste processo o empresário Fernando Bittar, um dos donos do sítio; o ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht; o ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro; o pecuarista José Carlos Bumlai; o advogado de Lula, Roberto Teixeira; e ex-funcionários ligados às construtoras citadas na denúncia.

“Delírio acusatório”

A defesa de Lula nega que ele seja o proprietário do sítio e que tenha recebido qualquer valor da Odebrecht. Em nota, afirmou que a planilha não tem qualquer ligação com os supostos pagamentos para as obras no sítio. De acordo com o advogado Cristiano Zanin Martins, que representa Lula, os valores são referentes a pagamentos feitos na obra do Projeto Aquapolo, mantida pela Sabesp.

“O documento, além de não ter qualquer valor probatório contra Lula, reforça que os fatos discutidos na ação não têm relação com os sete contratos da Petrobras fundamentam a acusação e, consequentemente, com a Operação Lava-Jato. Reforça, ainda, que essa acusação não se baseia em provas, mas sim no mau uso da lei para fins de perseguição política contra Lula, prática conhecida como ‘lawfare'”, frisou o texto.

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