Quarta-feira, 12 de março de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2021
A medida afeta em particular os britânicos
Foto: Governo do Estado de São PauloApós a UE (União Europeia) subir o tom na última semana contra o Reino Unido, a quem acusa de não agir com “reciprocidade e proporcionalidade” no fornecimento de vacinas contra a Covid-19, o bloco europeu decidiu, nesta quarta-feira (24), reforçar seu controle para a exportação de imunizantes produzidos em seu território. A medida afeta em particular os britânicos.
“A UE enfrenta uma situação epidemiológica muito grave e continua a exportar volumes significativos para países” que produzem suas próprias vacinas ou onde a vacinação está mais avançada, declarou o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.
“Adotamos, portanto, dois ajustes ao atual mecanismo” de controle das exportações para “resolver esses desequilíbrios” e garantir o abastecimento dos 27 Estados-membros, anunciou em entrevista coletiva.
O Executivo europeu pretende restringir as condições de exportação para países que produzem vacinas anticovid sem enviá-las de volta à UE. No texto revisado, a Comissão observa que certos países terceiros bloqueiam as exportações de doses para a UE, “quer por lei, quer por acordos contratuais ou outros acordos celebrados com as fabricantes de vacinas”. Um objetivo de “reciprocidade” que Bruxelas pretende impor a Londres, que deixou o bloco recentemente após o Brexit.
As novas regras devem entrar em vigor rapidamente. A proposta de legislação encoraja o bloqueio de embarques para países que não exportam vacinas para a UE – cláusula voltada para os britânicos – ou para aqueles que possuem taxa de vacinação mais elevada do que a da União Europeia ou onde a atual “situação epidemiológica é menos grave do que no bloco”.
Quase imediatamente, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou furiosamente em Londres contra o que chamou de bloqueios arbitrários de vacina. Na visão de Johnson, as empresas podem repensar a adequação “de fazer futuros investimentos em países ou grupos de nações que impõem bloqueios arbitrários”.
Pouco tempo depois, a Comissão Europeia e o governo britânico emitiram uma declaração conjunta afirmando que buscam uma solução que seja “mutuamente benéfica” e permita “ampliar o fornecimento de vacinas para nossos cidadãos”. “Estamos todos enfrentando a mesma pandemia e a terceira onda torna a cooperação entre a UE e o Reino Unido ainda mais importante”, observaram no comunicado.
Desde 1º de fevereiro, a União Europeia bloqueou apenas 1 das mais de 300 exportações que fez – uma pequena remessa de vacinas de Oxford/AstraZeneca que deveria ir para a Austrália. A alegação foi a de que o país estava quase livre da Covid-19 enquanto o bloco lutava contra o aumento de infecções.