Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2022
A União Europeia impôs sanções contra mais de 200 pessoas, entre elas duas filhas do presidente russo, Vladimir Putin, e vários oligarcas próximos ao presidente. Maria Vorontsova e Katerina Tikhonova já foram alvo de sanções nos Estados Unidos e Reino Unido.
Publicada no Diário Oficial do bloco europeu, a lista ainda inclui 18 empresas e seus executivos, que terão ativos bloqueados e suas entradas proibidas nos 27 países do bloco.
A filha mais velha de Putin, Maria Vladimirovna Vorontsova, tem 37 anos e lidera programas na Nomenko, uma empresa de projetos de investimentos no setor de saúde, que recebe “fontes substanciais de receita” do governo russo para pesquisas genéticas, de acordo com o Diário Oficial da UE. Segundo os EUA, os programas são supervisionados pessoalmente por Putin.
Sua outra filha, Katerina Vladimirovna Tikhonova, é uma executiva de tecnologia cujo trabalho apoia o governo russo e sua indústria de defesa, segundo detalhes do pacote de sanções dos EUA anunciado na quarta-feira. Ela é vice-diretora do Instituto de Pesquisa Matemática de Sistemas Complexos da Universidade Estadual de Moscou, criado por empresas cujos executivos “são membros do círculo de oligarcas próximos” a Putin, diz o bloco europeu.
As sanções às filhas de Putin fazem parte de um quinto pacote de medidas adotadas pela UE. Os países do bloco concordaram na quarta-feira em proibir as importações de carvão da Rússia e de impedir que transportadoras marítimas e rodoviárias do país entrem no bloco. Também foram impostas novas restrições de transação a quatro importantes bancos russos.
“Estas últimas sanções foram adotadas após as atrocidades cometidas pelas tropas russas em Bucha e outros lugares sob ocupação”, disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell. “O objetivo é parar o comportamento imprudente, desumano e agressivo das tropas russas e deixar claro para os políticos no Kremlin que sua ação ilegal terá um custo alto.”
Mais cedo, o Reino Unido também havia anunciado sanções às filhas do presidente russo, e à filha de seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, atacando o “luxuoso estilo de vida do círculo próximo ao Kremlin”. Londres também já havia aplicado sanções a Polina Kovaleva, filha da suposta amante de longa data de Lavrov.
A extensão da riqueza de Putin é um assunto delicado na Rússia. O Kremlin negou, no ano passado, que ele fosse o proprietário de um palácio no Mar Negro estimado em R$ 7,2 bilhões, como alegado pelo político de oposição Alexei Navalny em um vídeo que teve milhares de visualizações no YouTube. A propriedade teria 39 vezes o tamanho do principado de Mônaco.
Em fevereiro, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as sanções contra o próprio Putin eram inúteis. “É bastante indiferente. As sanções contêm reivindicações absurdas sobre alguns ativos”, disse Peskov. “O presidente não tem bens além daqueles que ele declarou.”
Ocultas
As duas filhas do presidente raramente são vistas em público e nunca confirmaram que o líder russo é seu pai. Putin, por sua vez, quase nunca as menciona, e o Kremlin só as identifica pelo primeiro nome.
Katerina, que abriu mão de seu sobrenome e adotou o de sua avó materna, Tikhonova, é casada com Kirill Shamalov, filho de Nikolai Shamalov, amigo de longa data do presidente. Ela também é atleta profissional de rock acrobático, uma categoria de dança famosa no Leste Europeu, e participou de ao menos três edições. Em 2014, chegou a ser finalista do campeonato que aconteceu na Cracóvia, Polônia.
Já Maria Vorontsova hoje usa o sobrenome do marido, o empresário holandês Jorrit Joost Faassen. Ele trabalhava para o Gazprombank, instituição que foi incluída em pacotes de sanções anunciados nas últimas semanas.