Conforme determinação do Gabinete de Crise da Secretaria de Saúde, hospitais e outros estabelecimentos de saúde no Estado do Rio Grande do Sul estão autorizados a suspender consultas, exames e cirurgias eletivas até o dia 30 de maio. Segundo o órgão, a decisão foi motivada pela dificuldade de locomoção de pacientes e profissionais de saúde devido às enchentes que atingem o Estado desde o final de abril.
De acordo com o comunicado do gabinete, cirurgias eletivas são definidas como procedimentos não urgentes, ou seja, aqueles que não apresentam grande risco de agravamento em curto prazo em termos de vida ou razão de órgãos.
Vale destacar que a decisão tem efeito retroativo, permitindo que os hospitais suspendam os atendimentos não apenas a partir da data de publicação do comunicado, mas desde o dia 1º de maio, quando o decreto estadual de calamidade pública foi oficializado e publicado no Diário Oficial do Estado.
Serviços
Dessa forma, as unidades de saúde gaúchas já vinham suspendendo esses atendimentos desde o início das inundações, há duas semanas. Conforme informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, as enchentes causaram danos totais ou parciais em cerca de 140 unidades de saúde, sendo que pelo menos dez hospitais precisaram ser totalmente evacuados devido à invasão das águas.
Os estabelecimentos que continuaram operando tiveram de cancelar os procedimentos eletivos devido ao desabastecimento de insumos. Com os acessos à cidade bloqueados, os profissionais de saúde foram instruídos a economizar ao máximo recursos, como oxigênio, para garantir que os pacientes mais críticos não ficassem desassistidos. Outro desafio enfrentado pelos hospitais é a irregularidade no abastecimento de água, sendo necessário recorrer a caminhões-pipa para suprir as necessidades.
Frente à situação atual, a única exceção à determinação do Gabinete de Crise são os casos que requerem cirurgia traumatológica, especialidade médica que se dedica ao tratamento de lesões decorrentes de traumas físicos, o que se torna comum em meio ao contexto vivido pelo RS.
De acordo com o comunicado, esses pacientes devem ser encaminhados para unidades de alta ou média complexidade em traumato-ortopedia, garantindo que a cirurgia seja realizada dentro de um prazo máximo de 30 dias, sendo considerado ideal o prazo de 15 dias.
O órgão também determina que os hospitais devem atualizar diariamente o monitoramento de insumos e oxigênio medicinal.