Cerca de 1,1 milhão de estudantes estrangeiros, incluindo pouco mais de 16 mil brasileiros, frequentaram instituições de ensino superior dos EUA no ano letivo de 2018-19, de acordo com um relatório do Departamento de Estado e do Instituto de Educação Internacional (IIE). Eles representam 5,5% de toda a matrícula no ensino superior no país.

Brasileiros

Estudantes brasileiros estão tendo que rever seus planos para voltar às instituições de ensino americanas. É o caso da aluna do segundo ano da Universidade de Yale Maria Antonia Sendas, de 20 anos, que já foi informada de que o seu curso no próximo semestre será feito remotamente.

“A universidade decidiu que quem é do segundo ano vai fazer as aulas on-line, e os demais períodos, presenciais. A minha ideia, mesmo assim, era voltar para o campus para poder usar os recursos da universidade, como laboratórios e bibliotecas”, conta a jovem, que está no Brasil por causa da pandemia.

Alunos matriculados em programas acadêmicos ou profissionalizantes que oferecerem apenas aulas pela internet não poderão ficar no país, sob pena de serem expulsos.

Caso estejam fora do território americano, também não poderão entrar nos Estados Unidos para retornar ao campus. Segundo o presidente da Associação de Estudantes Brasileiros no Exterior (BRASA), Rafael Monteforte, isso faz com que outros estudantes, que terão aula presencial, tenham dúvidas se irão conseguir voltar aos EUA.

“Algumas universidades e os próprios alunos já estavam se organizando para conseguir contornar a proibição de viagens do Brasil para o Estados Unidos [imposta por Trump em maio] e fazer o período de quarentena em outro país. Mas, agora, isso ficou ainda mais complicado. Mesmo a pessoa provando que terá aulas presenciais na universidade, o sistema de imigração americano, que já é bastante rígido, tem o direito de barrar sua entrada”, explica Monteforte, que cursa o 4º ano de Ciências Políticas e Economia no Grinnell College e planeja ir para o México para poder entrar no território americano depois.