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Rio Grande do Sul Universitária gaúcha é investigada por publicar imagem de um bolo de aniversário decorado com foto de Adolf Hitler

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Servidores federais reivindicam reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária. (Foto: Divulgação/UFPel)

Uma mulher de 24 anos é alvo de investigação pela Polícia Civil gaúcha, depois de postar nas redes sociais a foto de um suposto bolo de aniversário decorado com uma foto de Adolf Hitler, que comandou a Alemanha entre 1933 e 1945. Detalhe: ela é acadêmica do curso de História da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), na Região Sul do Estado.

Ela ainda não prestou depoimento no âmbito do inquérito, que deve ser concluído em cerca de um mês. Caso seja indiciada, estará sujeita a processo criminal por apologia ao nazismo, cuja sentença em caso de condenação é de dois a cinco anos de prisão.

Por meio de nota, a UFPel frisou que está acompanhando e averiguando os fatos, com o devido cuidado para evitar conclusões precipitadas e avaliações injustas:

“A universidade precisa ser um espaço de apoio a todas as pessoas, garantindo direitos, valorizando a vida. Somos contra qualquer forma de enaltecimento ao nazismo, fascismo e autores de crimes contra a Humanidade. Em dias tão tristes como os que estamos vivendo, de pandemia, isolamento e crise de valores, precisamos cuidar de nós e das pessoas à nossa volta, assim como daqueles que necessitam de nosso apoio”.

UFRGS

Em Porto Alegre, na semana passada a Polícia Civil indiciou por crime de racismo qualificado um doutorando de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele havia utilizado a internet para comentários preconceituosos contra um acadêmico negro de Políticas Públicas que namora uma mulher branca.

A sentença para esse tipo de crime vai de dois a cinco anos. Ainda não houve manifestação por parte do Ministério Público (MP). O investigado, de 29 anos, enviou mensagens ofensivas ao casal inter-racial (ambos com 24 anos), com base em conceitos ultrapassados de superioridade étnica.

O autor dos textos teria ferido artigo da lei federal nº 7.716, de 1989, que proíbe a prática, indução e incitação à  preconceito ou discriminação de raça, cor, etnia, nacionalidade ou religião”.

A Delegacia especializada no combate à intolerância apontou dois agravantes: o uso de meio público (internet) para as ofensas e o fato de as manifestações terem sido atingido não só um homem negro ou um casal, mas toda uma coletividade.

O indiciado admite ter escrito os textos, mas nega que tenha agido de forma racista. Em entrevista à imprensa, ele argumentou que “tudo pode ser distorcido e jogado no ventilador para causar impacto e prejudicar uma pessoa”.

As mensagens foram enviadas em agosto, mas se tornaram públicas neste mês. Uma das postagens, o doutorando em Filosofia também evidencia teses estapafúrdias a respeito do extermínio de judeus e outras minorias pelo regime nazista:

“Holocausto é um ‘holoconto’ imposto goela-abaixo aos povos, com um discurso intensamente sentimental e midiático para evitar que se coloque em questão a verdade científica a respeito”.

Conforme acadêmicos da UFRGS, o conteúdo de diversas postagens do investigado não deixa dúvidas quando à promoção de ideias identificadas com a extrema-direita. O doutorando é tradutor, por exemplo, do filósofo ultranacionalista russo Aleksandr Dugin, parceiro do brasileiro Olavo de Carvalho no livro “Os Estados Unidos e a Nova Ordem Mundial”.

(Marcello Campos)

(Marcello Campos)

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