Pense bem antes de checar mensagens no celular entre uma série e outra na musculação, ou de fazer ligações enquanto anda na esteira: você pode estar pagando academia à toa. Segundo uma pesquisa americana, estes hábitos prejudicam os resultados dos exercícios no corpo. Sem falar no risco de sofrer lesões e acidentes.
Se for para usar o smartphone durante a atividade, que seja apenas para ouvir música – a pesquisa mostra que este comportamento promove maior estímulo e, portanto, aumenta a queima de calorias e o ritmo do coração.
No levantamento da Universidade de Kent (EUA), os cientistas avaliaram 44 estudantes, com média de 22 anos, em quatro sessões de meia hora na esteira. Em cada sessão, os pesquisadores fizeram os voluntários usarem uma função dos aparelhos: música, conversa ou mensagens. Houve ainda uma sessão em que os telefones ficaram desligados, para que os resultados servissem como base.
Quando os jovens só ouviam música durante a atividade, a velocidade das passadas e a frequência cardíaca deles cresciam – o que propicia condicionamento físico, emagrecimento e outros efeitos benéficos para o corpo.
Queda de ritmo.
Quando os estudantes faziam ligações para outras pessoas durante a caminhada na esteira, a frequência cardíaca não se alterava muito, mas a velocidade dos passos diminuía. Já quando mandavam mensagens, eles tiveram o pior resultado. Além de não terem mais prazer na atividade física, apresentaram queda no ritmo cardíaco e na velocidade do exercício.
De acordo com o personal trainer André Costa, quem troca mensagens nos smartphones enquanto se exercita fica mais disperso. “Há maior risco de ocorrer lesões e quedas, principalmente nas esteiras. E quando as pessoas param uma série da musculação para mexer no celular, elas esfriam o corpo, e isso é prejudicial, o que pode causar dores na lombar, nos joelhos e nas articulações”, ressalta o professor.
Música é benéfica
A conclusão da pesquisa sobre o efeito da música faz sentido. Os benefícios dos sons no organismo estão relacionados aos sistemas cardiovascular e nervoso central, aponta o cardiologista Claudio Tinoco. O especialista explica ainda que cada música gera um efeito diferente no organismo – as mais tranquilas, como as clássicas, trazem um estado de harmonia; enquanto as agitadas podem causar euforia.
“As canções clássicas costumam ser adotadas em aulas como as de ioga, e as mais agitadas, em exercícios de alto impacto. A música permite que o organismo atinja frequência cardíaca adequada para uma atividade aeróbica”, acrescenta. (AD)