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Uso de cheque cai 93% em 15 anos no Brasil: “Um pouco por mania, mas mais por segurança”, diz contadora que carrega talão na bolsa

Um dos motivos para a sobrevivência dos cheques é a extensão territorial brasileira. Nas regiões menos urbanizadas, as deficiências da tecnologia e a falta de cultura retardam o avanço tecnológico. (Foto: EBC)

Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que o uso de cheques em 2022 foi o menor em mais de 15 anos, com queda de 93,4%. Entre 2021 e 2022, a redução é de 23% no país. Esse movimento está ligado ao desenvolvimento de tecnologias como o cartão de crédito e débito, ou as mais atuais como o PIX.

Apesar da queda do uso da forma de pagamento e do pouco conhecimento de jovens sobre o assunto, o cheque ainda está presente na rotina de algumas pessoas acostumadas à forma pagamento. “Um pouco por mania, mas mais por segurança”, diz a contadora Andreia Berti, que tem sempre um talão de cheques por perto para casos de emergência em que não são aceitos pagamentos com cartão ou pagamento digital.

A contadora relatou que uma das situações emergenciais em que precisou usar o cheque foi quando, após o conserto de um eletrodoméstico, o técnico disse não aceitar cartões ou transferências digitais. A única opção era utilizar uma folha do talão.

Além da utilização emergencial, o cheque também pode ser uma opção para pessoas que desejam comprar algo com grande valor, mas não possuem cartões de crédito com alto limite disponível e veem o talão como garantia de pagamento e compra.

O talão de cheque ainda é usado em casos de compra de grande valor.

Para o empresário Alexandre Ercoli, a aceitação de cheques é importante em casos específicos, ainda que a frequência não seja tão alta, como em negociações que não podem depender de cartões de crédito ou débito e transferências eletrônicas.

Diversidade

Há vários motivos que explicam a resistência do cheque. Um deles é a extensão territorial e a diversidade brasileira. Os pagamentos digitais predominam nos grandes centros. Nas regiões menos urbanizadas, as deficiências da tecnologia e a falta de cultura retardam o avanço tecnológico.

“Quando surge uma nova tecnologia, ela não apaga as demais. Modalidades diferentes de pagamentos tendem a coexistir. Se não fosse assim, o fiado e o crediário não existiriam mais”, disse a CEO do bureau de crédito proScore, Mellissa Penteado.

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