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Brasil Uso de cigarro eletrônico por adolescentes deixa colégios brasileiros em alerta

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Os cigarros eletrônicos, antes febre entre adultos, agora chegam para crianças e adolescentes.

Foto: Reprodução
Segundo pesquisas do Ipec, 2,9 milhões de adultos utilizavam os aparelhos em 2023. (Foto: Reprodução)

O uso de cigarros eletrônicos pelos adolescentes tem colocado colégios brasileiros em alerta. A preocupação cresceu neste ano, com a retomada das aulas presenciais. O consumo é comum em ambientes reservados, como nos banheiros, e há casos até de venda dos dispositivos, que são proibidos no Brasil, nas escolas.

Colégios privados fazem comunicados aos pais e abordam em aulas os riscos da substância, vista muitas vezes como inofensiva. O desafio do cerco ao cigarro eletrônico, no entanto, é grande: como são discretos (alguns se parecem com pendrives), podem passar despercebidos pelos professores.

Os dispositivos funcionam por meio de uma bateria que esquenta um líquido interno (uma mistura de água, aromatizante alimentar, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal). Também chamado de vape ou pod, o dispositivo é tragado pela boca e cria uma fumaça branca e sem cheiro ou com um cheiro que se dissipa rapidamente no ar.

Adolescentes dizem que o consumo é comum entre grupos de estudantes, principalmente do ensino médio, nos banheiros, no fundo da sala de aula ou nas quadras. Os jovens enviam mensagens de celular uns aos outros para marcar encontros em áreas mais reservadas das escolas, onde fumam juntos. O uso também ocorre fora da escola, na saída da aula ou no intervalo entre os turnos.

Os estudantes fazem ainda vaquinhas para comprar cigarros eletrônicos. Como são caros – um vape pode custar de R$ 60 a R$ 680 –, o hábito é mais comum em escolas particulares. Apesar de proibidos no Brasil, cigarros eletrônicos são facilmente encontrados em tabacarias, lojas de conveniência e redes sociais. Na escola, são passados de mão em mão ou dentro dos estojos, contam os estudantes.

Em alguns casos, os jovens já conhecem os riscos da substância, mas usam como forma de pertencer ao grupo ou como válvula de escape para questões emocionais. Em outros, se surpreendem com a informação de que pode ser cancerígeno, viciante e causar danos aos pulmões.

“Moda”

O cigarro eletrônico é um problema crônico em outros países, como os Estados Unidos. No Brasil, ganhou força mais recentemente. “Vai todo o mundo para a cabine de cadeirante no banheiro, mais espaçosa, e ficam lá”, conta um adolescente de 17 anos, aluno de uma escola particular em Brasília. Outra estudante, da rede estadual paulista, de 14 anos, diz ter começado a usar há um mês, na escola, e compartilha o vape de sabor de uva com três colegas. O consumo, diz, é para aliviar tensões. “Nunca tive relação boa com minha mãe e, desde o início da pandemia, só tem piorado.”

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https://www.osul.com.br/uso-de-cigarros-eletronicos-entre-adolescentes-poe-colegios-brasileiros-em-alerta/ Uso de cigarro eletrônico por adolescentes deixa colégios brasileiros em alerta 2022-04-10
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