Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de novembro de 2024
A decisão dos Estados Unidos de autorizar a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance americanos contra o território da Rússia irá jogar “combustível na fogueira” da guerra, disse hoje o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, em coletiva, segundo a agência de notícias estatal “Tass”.
“Se tal decisão foi realmente formulada e comunicada ao governo de Kiev, então, é claro, trata-se de um novo estágio qualitativo de escalada das tensões e de uma nova situação qualitativa em termos do envolvimento dos Estados Unidos neste conflito,” disse Peskov, segundo a “Tass”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou no domingo (17), durante visita a Manaus, que permitiu que o governo de Kiev usasse os mísseis ATACMS, de longo alcance, contra o território da Rússia, um pleito antigo do governo ucraniano que até então só estava permitido usar o equipamento para proteção de seu território.
Peskov disse que Putin deixou clara a posição da Rússia sobre os ATACMS em setembro, quando o líder russo alertou que permitir que Kiev utilizasse armas de longo alcance contra alvos dentro da Rússia significaria que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estaria diretamente “em guerra” com a Rússia.
Naquela ocasião, Putin disse que o governo de Moscou tomaria “as decisões adequadas com base nas ameaças que enfrentamos”.
Presidente francês
O presidente francês Emmanuel Macron disse que o bombardeio aéreo da Rússia contra a Ucrânia ontem mostrou que o presidente russo Vladimir Putin “não quer paz e não está pronto para negociar”. Ele não quis comentar a ligação do premiê alemão Olaf Scholz com Putin na sexta-feira. Os aliados da Ucrânia “devem permanecer unidos… em uma agenda que a paz que não signifique a rendição da Ucrânia”, afirmou Macron, que ontem se encontrou com o presidente argentino, Javier Milei, em Buenos Aires.
A declaração final da Cúpula do Líderes do G20 defendeu um cessar-fogo na guerra que assola a Faixa de Gaza, pedindo uma solução de dois Estados para a região e a expansão da ajuda humanitária no território palestino e no Líbano. O mesmo tom de urgência, no entanto, não esteve presente no parágrafo que versa sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia no no Leste Europeu — pedindo apenas “relações pacíficas” e “boa vizinhança” entre os dois países. As informações são do jornal Valor Econômico.