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Variedades Uso descontrolado de smartphones e redes sociais está transformando a ansiedade em epidemia entre os jovens

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Como os dados são de 2019, pré-pandemia, hoje o número deve ser muito maior.(Foto: Reprodução)

Nos últimos anos, a ansiedade tem despontado como um dos maiores desafios para a saúde pública em todo o mundo. O que antes era visto como um transtorno pontual, hoje é considerado por especialistas um problema tão grave a ponto de alguns considerarem uma epidemia. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o transtorno de ansiedade afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo, com um crescimento alarmante entre adolescentes e jovens adultos.

Como os dados são de 2019, pré-pandemia, hoje o número deve ser muito maior. No Brasil, por exemplo, um levantamento feito recentemente pelo Ministério da Saúde surpreendeu ao mostrar que, de 2014 a 2024, os atendimentos relacionados a transtornos de ansiedade no SUS aumentaram 1.575% entre as crianças de 10 a 14 anos. Entre adolescentes, de 15 a 19 anos, o avanço foi de 4.423%.

Uma análise feita em 2024 pelo jornal “Folha de S.Paulo”, com dados da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS de 2013 a 2023, indicou que, pela primeira vez, os registros de ansiedade entre crianças e jovens superaram os de adultos. A reportagem apontou que o telefone celular seria “parte essencial da crise global de saúde mental entre menores”, reforçando a tese lançada por Jonathan Haidt, professor da New York University, no livro A geração ansiosa: Como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais, que se tornou um best-seller mundial. Segundo Haidt, por trás do grande aumento na ocorrência de transtornos de ansiedade em jovens estão as mudanças profundas que as novas tecnologias de comunicação trouxeram para o cotidiano.

O uso excessivo de smartphones, a exposição constante às redes sociais e a hiperconectividade seriam os principais vilões dessa crise. “A Geração Z foi a primeira na história a passar pela puberdade com um portal no bolso que os afastava das pessoas ao seu redor e os transportava para um universo alternativo excitante, viciante, instável e inadequado para crianças e adolescentes”, escreveu.

A tese de Haidt é que as redes sociais, às quais os jovens se conectam dia e noite por meio de seus celulares, em plataformas como Instagram, TikTok, YouTube e Facebook, criam um ambiente de comparação social constante, onde os jovens são bombardeados por imagens de vidas supostamente perfeitas.

A pesquisa feita por Haidt deu sequência ao trabalho de Jean Twenge, professora da San Diego State University, e autora de iGen: Why Today’s Super-Connected Kids Are Growing Up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy—and Completely Unprepared for Adulthood, que foi uma das primeiras a soar o alarme. Segundo ela, os jovens nascidos após 1995, a chamada Geração Z, são os primeiros a passar toda a adolescência imersos no mundo digital, o que tem consequências profundas. “Os adolescentes que passam mais tempo em frente às telas têm maior probabilidade de relatar sintomas de depressão e ansiedade. Eles também são mais propensos a se sentir solitários e desconectados, mesmo estando sempre on-line”, disse.

Haidt chama esse cenário de ansiedade epidêmica de “A Grande Reconfiguração” (The Great Rewiring), onde o tempo que antes era dedicado a brincadeiras ao ar livre, interações sociais presenciais e experiências reais foi substituído por horas sem fim em frente às telas em ambientes virtuais.

“Os adolescentes da Geração Z foram sugados para um ciclo em que passam muitas horas do dia rolando a tela, vendo as postagens brilhantes e felizes de amigos, conhecidos e influenciadores distantes. Eles consomem quantidades cada vez maiores de vídeos gerados por usuários e de entretenimento transmitido por streaming, oferecidos por algoritmos e reprodução automática, projetados para mantê-los on-line pelo maior tempo possível. Como resultado, passam muito menos tempo brincando, conversando ou até mesmo fazendo contato visual com amigos e familiares, reduzindo assim sua participação em comportamentos sociais corporais que são essenciais para o desenvolvimento humano saudável”, disse Haidt.

A questão é que, para muitos jovens, desligar-se das redes sociais não é uma opção. “As redes sociais são o principal meio de socialização para essa geração. Elas são usadas para fazer amigos, manter relacionamentos e até para atividades escolares. O problema é que isso cria uma dependência difícil de romper”, disse Twenge.

Além disso, o fenômeno do cyberbullying agrava a situação. Segundo dados da Unicef, um em cada três jovens no mundo já foi vítima de bullying on-line. Esse tipo de violência, que pode ocorrer 24 horas por dia, deixa marcas profundas na saúde mental. “O cyberbullying é particularmente devastador porque não há escapatória. A vítima é perseguida em casa, na escola, em todos os lugares”, diz Haidt. As informações são do portal G1.

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https://www.osul.com.br/uso-descontrolado-de-smartphones-e-redes-sociais-esta-transformando-ansiedade-em-epidemia-entre-os-jovens/ Uso descontrolado de smartphones e redes sociais está transformando a ansiedade em epidemia entre os jovens 2025-03-18
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