Desde que a Meta lançou o Threads, na última quarta-feira (5), mais de 70 milhões de pessoas aderiram à nova rede social que promete “conversas positivas e produtivas” — uma tentativa de se distanciar da polarização vista no Twitter.
Uma promessa difícil de manter à medida que o número de usuários cresce. Entre os que já aderiram, há pessoas ligadas à disseminação de informações falsas e discurso de ódio em outras plataformas, segundo análises da Bloomberg, confirmadas por pesquisadores independentes.
Alguns desses usuários já estão testando os limites do novo aplicativo, com alegações falsas sobre eleições, questionamentos sobre vacinas e insultos à comunidade LGBTQIA+.
“Já vemos muitas contas conhecidas por disseminar conteúdo nocivo e enganoso”, diz Melanie Smith, diretora de pesquisas do braço americano do Instituto para Diálogo Estratégico, think tank especializado na análise de ódio, extremismo e desinformação.
Estão no Threads Jack Posobiec, jornalista de extrema-direita que apoia ideias antissemitas e de supremacia branca; Tim Pool, youtuber acusado de disseminar desinformação; e Chaya Raichik, influenciadora anti-LGBTQIA+.
Há ainda sites noticiosos de extrema-direita, como Breitbart e The Gateway Pundit.
O Threads tem algumas barreiras contra conteúdo nocivo, já que usa as mesmas políticas do Instagram. Quando um usuário clica para seguir um perfil marcado por disseminar informações falsas, o app pergunta se ele tem certeza.
A Meta não comentou. Mas Melanie lembra que a empresa de Mark Zuckerberg já falhou antes em moderar suas redes e aconselha cautela ao usuário.