Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2020
A farmacêutica americana Moderna anunciou que não registrará patentes de sua vacina candidata contra a covid-19 enquanto a pandemia do novo coronavírus persistir. A decisão, uma vez confirmada, permitiria que outras companhias replicassem a fórmula do imunizante, ampliando a capacidade de produção do imunizante e facilitando sua universalização.
Em um comunicado, a empresa informou que pretende licenciar os direitos de propriedade intelectual sobre o produto apenas após o fim da pandemia de covid-19. A vacina testada pela Moderna é tida como uma das principais na corrida global por um imunizante capaz de bloquear a infecção pelo novo coronavírus.
A empresa recebeu US$ 1 bilhão da Operação Warp Speed, iniciativa do governo americano para acelerar o desenvolvimento de potenciais vacinas contra o Sars-CoV-2, e mais US$ 1,5 bilhão para assegurar doses para os Estados Unidos.
A vacina criada pela empresa conta com a parceria dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos EUA. A fórmula consiste em fragmentos de RNA, material genético do vírus. Dentro do organismo humano, eles produziriam proteínas do patógeno capazes de estimular o sistema imune a atacar o coronavírus no momento da infecção.
Johnson & Johnson
A Comissão Europeia disse que selou um acordo de distribuição com a companhia americana Johnson & Johnson para receber um suprimento de sua potencial vacina contra covid-19 para até 400 milhões de pessoas. Trata-se do terceiro acordo de compra antecipada assinado pela União Europeia (UE) com fabricantes de vacinas contra covid-19.
Anteriormente, o bloco já havia firmado contratos com a farmacêutica britânica AstraZeneca, que desenvolve um imunizante em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), e a farmacêutica francesa Sanofi. Com isso, a UE já assegurou 1,1 bilhão de doses de vacinas candidatas.
A Johnson & Johnson tem apresentado esse diferencial como um elemento importante na competição com as demais vacinas, uma vez que diminuiria pela metade a logística da distribuição de uma eventual vacina segura e eficaz contra o Sars-CoV-2.
No fim do mês passado, a Johnson & Johnson disponibilizou um estudo ainda sem revisão de pares indicando que sua fórmula foi capaz de induzir resposta imune contra o novo coronavírus e se demonstrou segura no experimento randomizado. Os resultados passarão pelo teste final na terceira etapa dos ensaios, conduzida em vários países, inclusive o Brasil, e envolverá 60 mil voluntários.
Foram testadas diferentes doses e a menor delas foi considerada eficaz, de acordo com os autores da pesquisa. A resposta imune por meio de anticorpos se mostrou estável entre adultos e idosos. Os efeitos colaterais, por sua vez, foram febre, dor de cabeça, dor no corpo e fadiga.
Pelos termos do acordo, os 27 Estados da UE conseguirão encomendar até 400 milhões unidades da possível vacina depois que a agência reguladora de remédios do bloco der seu aval sobre a segurança e a efetividade.
“O contrato permite aos Estados-membros comprar vacinas para 200 milhões de pessoas. Eles também terão a possibilidade de comprar vacinas para outras 200 milhões de pessoas”, disse a comissão em um comunicado.
Para assegurar as vacinas, a UE fez um pagamento inicial à Johnson & Johnson cujo valor não foi revelado. No mesmo comunicado, o bloco reiterou sua intenção de disponibilizar 500 milhões de doses adicionais para países mais pobres a partir da segunda metade de 2021.