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Vacina da dengue na rede privada: quem deve tomar, quanto custa e quais as contraindicações

Nenhuma cidade gaúcha está na lista dos municípios que receberão doses da vacina. (Foto: Reprodução)

A nova vacina da dengue Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, chegou ao Brasil em julho do ano passado, quando se tornou o primeiro imunizante destinado para a prevenção de todos de 4 a 60 anos, tanto aqueles que nunca tiveram a doença, como os que já foram infectados.

Seis meses depois, as doses podem ser encontradas por valores entre R$ 390 e R$ 490. Como o esquema envolve duas aplicações, com um intervalo de três meses entre elas, o preço final fica de R$ 780 a R$ 980. Mas a procura não tem sido alta – ainda que, em 2023, o Brasil tenha batido o recorde de mortes pela dengue.

No entanto, movimentos como a maior atenção à vacina pela incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) e a chegada do verão, época de maior disseminação do mosquito que transmite o vírus, têm feito a busca crescer.

Confira as indicações dos especialistas, os valores da vacina e as contraindicações:

A vacina, chamada Qdenga, foi aprovada pela Anvisa em março do ano passado para pessoas entre 4 e 60 anos. Nos estudos clínicos, as duas doses demonstraram uma eficácia geral de 80,2% para evitar contaminações, e de 90,4% para prevenir casos graves.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) indica a proteção para todos que fazem parte do grupo etário elegível, tanto os que nunca tiveram a doença, como aqueles que já foram infectados antes.

“Infelizmente a maioria dos casos graves de dengue são acima de 60 anos, idade em que a dose não está aprovada no Brasil. Mas de 4 a 60 anos, acredito que ela seja benéfica para todos, em qualquer idade é possível ter um quadro mais grave. Mas vemos uma procura maior por adultos”, afirma José Geraldo Leite Ribeiro, epidemiologista do Grupo Fleury.

Rosana Richtmann, diretora do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que, na Europa, por exemplo, a vacina foi aprovada a partir de 4 anos sem idade máxima, e que por isso muitos médicos têm recomendado de forma off-label (finalidade diferente da bula) para idosos.

Porém, no seu caso, diz que prefere seguir as delimitações da Anvisa. Ela conta ainda que, além de avaliar o critério etário, costuma reforçar a importância com base no local em que a pessoa vive e se ela já teve dengue antes.

“No Brasil, praticamente todas as regiões têm casos, mas há algumas com mais. Em termos de incidência, ano passado a região Centro-Oeste teve um aumento importante de número de casos. A região Sul também, que é a que mais nos chamou atenção. Antes não tínhamos dengue lá, eles estão começando a viver a epidemia de uma doença que eles não tinham o manejo para lidar com o vírus”, afirma.

Em relação a já ter sido infectado com dengue , ela lembra que são casos em que a vacina é ainda mais benéfica já que uma segunda contaminação – possível pelo fato de o vírus ter quatro sorotipos – ser geralmente mais grave.

Prescrição

Segundo a bula, a vacina deve ser vendida apenas mediante prescrição médica. Isso era importante especialmente devido à resolução da Anvisa 197/2017, que obriga a cobrança de receita em estabelecimentos privados para doses que não estão contempladas pelo Calendário Nacional de Vacinação do SUS.

No entanto, como o imunizante foi aprovado recentemente para entrar no calendário do SUS, a sua indicação pela Anvisa é ampla e muitos locais de vacinação contam com médicos que fazem a triagem, é comum que clínicas dispensem a necessidade prévia da prescrição.

Não são todos que podem receber a nova vacina da dengue segundo a bula. Ela foi aprovada pela Anvisa para a faixa etária de 4 a 60 anos, por isso, crianças pequenas e recém-nascidos, assim como idosos, não devem receber a proteção.

Além disso, a dose é contraindicada nos cenários a seguir:

* Alergia aos princípios ativos ou a qualquer um dos outros componentes da vacina, listados abaixo;

* Sistema imunológico (defesas naturais do corpo) comprometido, como devido a um defeito genético ou infecção por HIV;

* Uso de medicamento que afeta o sistema imunológico (tais como corticosteroides em doses altas ou quimioterapia). Seu médico não indicará QDENGA antes de 4 semanas de você parar o tratamento com esse medicamento;

* Mulheres grávidas;

* Mulheres durante a amamentação;

* Reação alérgica após receber a primeira dose. Os sinais de uma reação alérgica podem incluir erupção na pele com coceira, falta de ar e inchaço na face e na língua;

A lista com as substâncias que aqueles com hipersensibilidade devem evitar envolve:

* α,α-Trealose di-hidratada

* Poloxamero 407

* Albumina sérica humana

* Di-hidrogenofosfato de potássio

* Hidrogenofosfato dissódico

* Cloreto de potássio

* Cloreto de sódio

Muitas das contraindicações, como a para mulheres gestantes, são comuns às vacinas atenuadas, ou seja, as que são feitas com vírus enfraquecidos, capazes de induzir uma resposta imunológica, mas não de provocar uma infecção.

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