Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2021
O Brasil recebeu as primeiras 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen, que vem reforçar a campanha nacional de imunização contra a covid-19. O lote chegou de avião e foi recebido pelo médico Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O ministro usou o termo “doses de esperança” para comemorar o desembarque do imunizante no País. “Com esse 1,5 milhão de doses da Janssen, iniciamos uma trajetória que culminará, neste ano, no fornecimento de 38 milhões de doses [desta vacina]. Ela tem uma vantagem de ser dose única e, com isso, nós conseguimos avançar no nosso programa de imunização”, afirmou Queiroga.
Inicialmente, o envio de 3 milhões de doses pela farmacêutica estava programado para acontecer na semana passada, mas uma série de atrasos e entraves burocráticos impediram que isso acontecesse.
Uma nova data foi anunciada pelo Ministério da Saúde na segunda-feira (22), que também confirmou que o quantitativo remetido ao País seria a metade do que havia sido previsto anteriormente.
Além de ter se mostrado segura e eficaz e ter a aprovação emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde o final de março, essa vacina traz uma vantagem importante: ao contrário dos outros imunizantes já em uso, ela precisa de apenas uma dose para surtir resultado.
Isso amplia o número de pessoas que pode ser protegida e facilita todo o processo, uma vez que não há necessidade de voltar ao posto de saúde após algumas semanas para completar o esquema vacinal.
Com as primeiras doses em território nacional, a pergunta agora é como elas serão distribuídas entre Estados e municípios.
Critérios e debates
Por ora, a distribuição das vacinas da Janssen pelo Brasil está cercado de incertezas.
No comunicado oficial, o Ministério da Saúde diz que “o lote da Janssen será entregue aos Estados e Distrito Federal nos próximos dias”.
“A definição da distribuição é realizada semanalmente em reuniões com Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)”, completa a nota.
O Conasems disse que desconhece a informação e que o órgão não tem autonomia para definir como será feita a distribuição dessas doses.
Segundo o conselho, isso é feito pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
O departamento de comunicação do Conass confirmou a informação: os conselhos estaduais e municipais até fazem parte da câmara técnica que assessora o governo federal, mas a definição final é do PNI mesmo.
No âmbito estadual, algumas secretarias de saúde se anteciparam e já detalharam informações sobre o envio de doses para os municípios.
O governo do Ceará, por exemplo, soltou um informativo dizendo que irá levar a vacina da Janssen para 184 cidades, para que ela seja usada em indivíduos de 30 a 44 anos.
No início de junho, Pernambuco havia adiantado que focaria a aplicação desse imunizante em algumas cidades maiores, como Recife, Caruaru e Garanhuns.
Outros gestores estaduais esperam os trâmites burocráticos que vão se desenrolar nos próximos dias, como a análise das doses pela Anvisa e a confecção dos rótulos em português, para bater o martelo sobre essa questão.
Uma nota técnica assinada por Francieli Fantinato, coordenadora do PNI, no dia 6 de junho orientava que os Estados concentrassem a distribuição da vacina da Janssen nas capitais nesse primeiro momento.
Isso evitaria demoras no transporte e eventuais desperdícios, pois os lotes que serão entregues inicialmente ao Brasil têm um prazo de validade bem apertado: elas só poderão ser utilizadas até o início de agosto (e isso porque a Anvisa ampliou esse limite, que antes ia só até o dia 27 de junho).