Ícone do site Jornal O Sul

Vacina da Moderna contra o coronavírus produz mais que o dobro de anticorpos do que a da Pfizer

A resposta imune pode ter relação com a idade dos participantes. (Foto: Reprodução)

Um estudo comparando as respostas imunológicas individuais das vacinas contra a covid-19 mostrou que o imunizante desenvolvido pela farmacêutica americana Moderna gerou mais que o dobro de anticorpos do que o produto elaborado pela Pfizer em parceria com a BioNTech.

A pesquisa, publicada no Journal of The American Medical Association, envolveu 2.499 profissionais de saúde da Bélgica que foram vacinados com as duas doses das vacinas de ambas as empresas.

Os cientistas sugerem que a diferença nos níveis de anticorpos pode ser explicada pela maior quantidade de ingrediente ativo na vacina da Moderna — 100 microgramas contra 30 microgramas da Pfizer. Outro fator pode ser o intervalo de aplicação entre as doses — quatro semanas para a Moderna e três para a Pfizer.

O estudo também mostrou que a resposta imune pode ter relação com a idade dos participantes. Aqueles com menos de 35 anos apresentavam um número maior de anticorpos em relação aos demais participantes da pesquisa.

Além disso, participantes que já haviam sido infectados pelo coronavírus atingiram níveis de anticorpos mais altos do que aqueles que não foram contaminados, segundo o estudo.

Reforço

A Moderna anunciou nesta quarta (1º) que está enviando à Agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) uma apresentação sobre a dose de reforço de sua vacina contra a covid-19 com 50 microgramas.

A empresa ainda enviará os dados à Agência de Europeia de Medicamentos (EMA) e a outras autoridades regulatórias nos próximos dias. A vacina ainda não é utilizada no Brasil.

“Continuamos comprometidos em nos manter à frente do vírus e acompanhar a evolução da epidemiologia do SARS-CoV-2. Continuaremos a gerar dados e compartilhar de forma transparente para apoiar governos e reguladores enquanto eles tomam decisões baseadas em evidências sobre estratégias de vacinação futuras”, diz o laboratório em nota.

O estudo da fase 2 do imunizante foi alterado para que pessoas que tomaram a segunda dose há seis meses recebam a dose de reforço. Os resultados mostram que uma dose a mais aumentou o número de anticorpos neutralizantes do coronavírus em todas as faixas etárias, principalmente em pessoas idosas com mais de 65 anos. Ainda subiram os efeitos contra as variantes da covid-19, combatendo o vírus em 32 vezes mais na beta, 43 vezes na gama e 42,3 vezes na delta.

A vacina da Moderna utiliza a técnica de RNA mensageiro (mRNA), semelhante a da Pfizer, onde o material genético sintético carrega o código genético do SARS-Cov-2 (o coronavírus) e estimula o corpo a produzir anticorpos.

A autorização de uso emergencial foi concedia em dezembro de 2020 nos EUA e recebeu aprovação em mais 50 países. O Brasil não se encontra na lista, onde apenas as vacinas Coronavac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen possuem registro.

Sair da versão mobile