Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2023
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que a previsão é decidir sobre a incorporação da nova vacina contra a dengue, a Qdenga, no Sistema Único de Saúde (SUS) será feita ainda neste ano. O ministério planeja adotar o imunizante para faixas etárias prioritárias no SUS como uma das estratégias de combate ao cenário epidêmico esperado para o início de 2024.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), vinculada à Saúde, abriu nessa quinta-feira uma consulta pública para ouvir a opinião da sociedade sobre a incorporação do imunizante no sistema público. O período de coleta de opiniões foi reduzido de 20 para 10 dias úteis considerando a projeção epidemiológica de dengue negativa para os próximos meses.
O ministério aguarda a finalização do rito para definir quais serão os públicos prioritários aptos para a vacina e quais municípios deverão ser priorizados. De acordo com Trindade, a pasta já faz “um trabalho mais fino sobre as regiões mais vulneráveis”.
“A ideia é tomar a decisão este ano, por isso a consulta pública está ocorrendo em 10 dias, que não é o prazo normal para consulta pública. Exatamente por conta das complicações de um cenário adverso… Vamos estar trabalhando as condições em que essa vacina será aplicada, mas temos que seguir (a consulta pública) porque é a regra da incorporação”, declarou a ministra da Saúde a jornalistas.
Segundo a secretária nacional de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, no pior cenário são projetados 5 milhões de casos de dengue em 2024. Em 2023, foram 1,66 milhão de casos até meados de novembro.
“Uma média de 3 milhões é a projeção, considerando nenhuma adoção de tecnologia, mas estamos nos antecipando.”
A Conitec recomendou inicialmente a incorporação da vacina no SUS para localidades e públicos prioritários que serão definidos pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Serão consideradas as regiões de maior incidência e transmissão e as faixas etárias de maior risco de agravamento da doença.
A restrição de público também considera a capacidade de fornecimento de doses por parte da fabricante. De acordo com o laboratório, poderão ser entregues 8,5 milhões no primeiro ano e um total acumulado de 50 milhões em cinco anos, o que impõe restrições no público a ser atendido.
Apesar do desconto inicialmente oferecido, o valor por dose, de R$ 170, ainda é considerado alto pelo ministério, comparado os demais imunizantes já ofertados. “Nesse preço, o valor é duas vezes maior que as vacinas mais caras incluídas no programa”, afirmou a Saúde em nota.
A vacina deve ser administrada em um esquema de duas doses, com intervalo de 3 meses, e é indicada para pessoas de 4 até 60 anos. Nos dados avaliados pela Comissão, foi verificada uma eficácia geral de redução da hospitalização em 84% dos casos de dengue.