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Abaixo da meta no Rio Grande do Sul, vacinação contra gripe é prorrogada

Vacinação está disponível na rede municipal para todas as pessoas a partir dos seis meses de idade (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Com encerramento originalmente previsto para esta sexta-feira (9), a vacinação contra a gripe foi prorrogada no Rio Grande do Sul, onde a cobertura da campanha ficou longe da meta de 90% dos públicos prioritários. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) e as prefeituras definiram que o foco será a imunização de idosos, crianças, gestantes e puérperas, grupos mais vulneráveis para o agravamento da doença.

A estratégia é que os municípios reservem as doses necessárias para a imunização dos públicos preferenciais. Depois disso, enquanto houver doses, a ofensiva contra o vírus influenza poderá ser ampliada para toda a população a partir dos 6 meses de idade.

Os idosos (a partir de 60 anos) são o segmento gaúcho mais numeroso, com mais de 2,14 milhões de habitantes. Até o momento, pouco mais da metade (1.277.100) desse grupo recebeu a injeção (que tem dose única), o equivale a menos de 60%.

Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Rio Grande do Sul, o médico João Senger reafirma o apoio da instituição à campanha de vacinação contra a gripe nos grupos com maior risco de desenvolver quadros mais graves:

“A vacina é um benefício para todos, principalmente para os idosos. A vacina é uma proteção extremamente importante de prevenção, principalmente para os idosos”.

Já o grupo de gestantes e puérperas, que soma 117.541 mulheres, alcançou cobertura de 58,9% em gestantes e 62,4% em puérperas. A preocupação com as gestantes se deve às mudanças fisiológicas que ocorrem no corpo feminino antes e depois do parto.

Conforme a presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul, Ana Selma Picoloto, as grávidas têm um maior volume de líquido circulando no corpo e uma diminuição da capacidade pulmonar, o que pode acarretar um quadro respiratório mais grave do que em não grávidas.

“Uma gestante tem duas vezes mais riscos de ser internada do que uma mulher que não está neste período”, alerta, acrescentando que não é só o coronavírus que causa infecção respiratória grave nas gestantes:

“O vírus influenza também pode levar a um grande risco de insuficiência respiratória, risco de internação em UTI, interrupção precoce da gravidez e até o risco de óbito da mãe e do bebê”.

Ana Selma se referiu, ainda, às puérperas (mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias), mencionando o fato de esse grupo também ter risco aumentado para quadros graves de gripe, com infecção respiratória severa:

“A vacina em puérperas também é muito importante porque durante a amamentação as mães podem transmitir anticorpos para os bebês menores de seis meses e que ainda não podem receber a vacina”.

Outro grupo prioritário que chega a 61,9% da cobertura vacinal, com 522.190 doses aplicadas, é o das crianças acima dos 6 meses e menores de 6 anos. Esse grupo tem uma população estimada em 765.827 no Rio Grande do Sul.

“Como a gripe é altamente contagiosa, as crianças têm papel importante na cadeia de transmissão do vírus”, afirma a diretora da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Denise Leite Chaves. “A vacina está disponível na rede pública e é a melhor maneira de prevenir a doença e evitar que seja seja um problema a mais, além da covid.”

Covid e gripe

É preciso manter um intervalo mínimo de 14 dias entre as vacinas da gripe e da covid, independentemente da ordem de qual foi a primeira. A orientação visa dar maior segurança para que, qualquer evento adverso pós-vacinação que possa surgir de uma não seja confundido com o outro imunizante.

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