Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Os senadores limparam um pouco a ficha, aprovando ontem a proposta de emenda à Constituição que cria a cláusula de desempenho eleitoral para que os partidos políticos tenham acesso ao fundo do Tesouro Nacional e ao tempo de propaganda na TV. Também acabou com as coligações nas eleições proporcionais para deputados e vereadores, regra que passará a vigorar em 2020.
Os nanicos vão se submeter ao princípio: cresçam e apareçam. Os grandes partidos terão reduzido o espaço do famoso balcão de negociações.
No fundo do poço
Assessores no Palácio Piratini monitoram a situação de outros Estados. Ontem, ficaram sabendo que o déficit do governo de Minas Gerais chegará a 21 bilhões de reais neste ano. Quatro vezes mais do que a previsão do Rio Grande do Sul. Minas era considerado modelo no País. Desceu a ladeira em dez anos.
Vem de longe
No dia 4 de outubro de 2007, a então governadora Yeda Crusius entregou ao presidente da Assembleia Legislativa na época, deputado Frederico Antunes, o Plano de Recuperação do Estado e declarou: “Mostramos, com realismo, que não há como pagar as contas”.
O que falta
O Senado e a Câmara dos Deputados deveriam tomar a iniciativa de criar uma forma de controle rígido sobre isenções fiscais que valessem para os governos federal e estaduais. Sem o mecanismo, multiplicam-se os ralos que sorvem os recursos dos impostos, pagos com sacrifício pela maioria da população brasileira para ter saúde, educação e segurança. Serviços reconhecidamente prestados com deficiências.
País da rédea solta
O editorial do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, publicado em 4 de outubro de 1935, desfaz a ideia de que o desequilíbrio nas contas públicas é recente: “O governo e a Câmara dos Deputados não encontrarão justificativa perante a opinião pública, se na hora grave em que estamos não se derem as mãos no desejo sincero, firme e corajoso de restringir as despesas às forças da arrecadação.”
Seguiu o editorial: “Na opinião sensata do País, nas suas classes civis e militares encontrarão o mais decidido apoio às providências que precisam ser tomadas para salvar o Brasil da bancarrota e da falência generalizada”. Trocando a data da publicação para hoje, constata-se que não estamos distantes do que a Imprensa alertava há 82 anos.
Para evitar atrito
O plenário do Senado botou água fria no que poderia resultar num conflito: adiou de ontem para o dia 17 deste mês a votação sobre o afastamento de Aécio Neves, determinado pelo Supremo Tribunal Federal. Mesmo tendo votos suficientes para manter o mineiro com mandato, os moderados preferiram conceder um tempo para que o Judiciário encontre uma forma de rever a decisão.
Díficil convencer
A Assembleia Legislativa não votou, ontem, o projeto que limita a cedência de servidores públicos para sindicatos. Mais uma vez, faltaram votos ao governo para aprovar. Por isso, recuou.
Crítico
Luiz Philippe de Orleans e Bragança, ativista político, empresário e descendente da família real, tenta explicar a situação, lançando o livro Por Que o Brasil é um País Atrasado. Critica “o Estado autocrático e interventor que atingiu seu ápice com a Constituição de 1988” para justificar “a situação de decadência política, institucional e econômica do País”.
O autor estará em Porto Alegre, no dia 17 deste mês, para uma sessão de autógrafos na Livraria Cultura do Bourbon Shopping, a partir das 19h.
Na fila
Atualmente, quatro grupos buscam o registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), tornando-se partidos, e que têm a mesma vertente: a Real Democracia Parlamentar (PRDP), o Monárquico Parlamentarista Brasileiro (PMPB), Movimento Monarquista do Brasil (PMMB) e da Construção Imperial (PCI).
Perdas contínuas
O INSS pagou, durante seis anos, benefícios a 1.256 segurados falecidos e, em períodos mais curtos, a outros 100 mil na mesma circunstância, resultando na perda de 1 bilhão de reais. Os repasses indevidos ocorreram por falta de controle, comunicações de óbitos tardias e dificuldades de processamento. Os dados são de um relatório recente do Ministério da Transparência e da Controladoria-Geral da União. Prova de que o dinheiro foge como água entre os dedos.
Historinha
Joseph Stalin, no auge do poder, recebeu em seu gabinete militantes políticos de uma região longínqua da União Soviética. Quando a delegação saiu, ele não encontrou o seu cachimbo. Chamou o chefe da Polícia, Lavrenti Beria, e mandou que fosse atrás dos visitantes. Algum tempo depois, o ditador localizou o cachimbo embaixo da sua mesa e avisou Béria, que explicou: “Tarde demais, camarada Stalin. Metade da delegação confessou o crime e a outra metade morreu no interrogatório”.
Está sobrando dinheiro
O Ministério das Relações Exteriores gastou 8 mil reais na compra de sete caixas de bombons de luxo para presentear autoridades estrangeiras. Em vez de porções de açúcar, devem conter gotas de ouro.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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