Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de março de 2022
Na mensagem, ex-vereador diz que novos vereadores, "muitos deles jovens, negros", não tem "nenhuma tradição política"
Foto: DivulgaçãoO ex-vereador de Porto Alegre Valter Nagelstein (PSD) foi condenado pelo crime de racismo por conta de um áudio enviado por WhatsApp em que criticava a eleição de vereadores negros no pleito de 2020, no qual foi candidato à prefeito.
A decisão de primeira instância impôs pena de dois anos de reclusão em regime aberto, mas foi substituída por prestação de serviços à comunidade e pagamento de multa de 20 salários mínimos, além de uma multa adicional.
Nagelstein, que atualmente dirige o Instituto de Previdência dos Servidores de Canoas, afirma que vai recorrer da decisão.
No áudio, enviado a um grupo com outros candidatos e apoiadores, o então candidato comenta a eleição de “cinco vereadores do PSOL, muitos deles jovens, negros” e “sem nenhuma tradição política, sem nenhuma experiência, sem nenhum trabalho e com pouquíssima qualificação formal”.
Ele se refere aos vereadores Bruna Rodrigues (PCdoB), Matheus Gomes (PSOL), Karen Santos (PSOL), Daiana Santos (PCdoB) e Laura Sito (PT), todos eleitos pela primeira vez em 2020.
Nota de Valter Nagelstein
“Sou neto de uma negra e de um judeu fugido da guerra, circunstâncias que jamais omiti e que trago como partes de mim, com orgulho, como mostra um poema que fiz aos meus avós em 2009 – e que foi publicado na minhas redes sociais então, e trazido a esse absurdo processo.
Recebo a sentença com profunda tristeza, porque mostra exatamente o que tenho denunciado, o judiciário e a educação tomados por ideologia. Isto sim põe a democracia em risco, porque criminalizam a nossa forma de pensar e impõem aos nossos filhos o que é certo ou errado segundo a visão de militantes.
Recorrerei junto com meus advogados e sigo acreditando na justiça imparcial, aquela que aprendi a ver o meu pai, como magistrado, perseguir e aplicar”.