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Colunistas Vamos mal, obrigado

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Parece cada vez mais comum a gente ter saudades dos velhos tempos, achar que antes as coisas eram melhores, e até as pessoas eram mais bacanas. Os psicólogos sociais advertem: não é bem assim, esse sentimento pode ser falso, podem decorrer de uma percepção errada do passado e mesmo do presente.

No geral, compartilho dessa impressão. É bom que saibam que completo 80 anos em outubro, e é compreensível que tenha a nostalgia de um tempo em que era mais jovem e mais disposto. A velhice não é fácil, e de nada adiante chamá-la de terceira idade, e pior ainda, de melhor idade.

Veja a política. Eu convivi intensamente na época em que pontificavam na área o doutor Ulysses, Covas, Fernando Henrique, Pedro Simon, Itamar, Richa, Brizola, Montoro, Freitas Nobre, Roberto Freire, Nelson Jobim, Lula, Waldir Pires, Teotônio, e vai por aí.

Desses, resta Lula (na política). Também convivi com Bolsonaro, mas dele, para minha sorte, pouco me lembro.O Bolsonaro daquele tempo era um só. Hoje são mais três. No elenco atual o que me vêm à cabeça são nomes como de Artur Lira, Magno Malta, Nikolas Ferreira, Pablo Marçal, Gustavo Gayer e muitos, muitos sargentos, coronéis, pastores e delegados , centenas de figuras menores. As mulheres que se destacam são Julia Zanatta,Bia Kicis, Damares. Valha-nos Deus!

A política se militarizou e se “evangelizou”, A pregação do bem, da paz e da justiça social, da consideração elementar de as pessoas mais vulneráveis são merecedoras de nossa atenção e da proteção do estado, ao menos para as necessidades fundamentais, o compromisso com os valores democráticos, a conduta civil, o trato afável e respeitoso, tudo isso se perdeu em alguma curva da estrada.

Vejam os bolsonaristas. Você se lembra de tê-los visto esboçar um gesto de carinho, de consolo para os menos afortunados? De tê-los visto falar com a calma dos justos, e não com o dedo acusador e a voz estridente?

Você ouviu eles falarem de democracia para dizer outra coisa que não seja a ameaça da esquerda, do comunismo? Em algum momento você os viu tratar os adversários políticos como tal, e com quem (na democracia) é preciso conviver, e não como inimigos do povo e da pátria? Vocês já ouviram da tribo exaltada, sempre pintada com as cores da guerra, uma palavra de concórdia e tolerância? Algum Bolsonaro , dos quatro ou cinco que circulam por aí destilando fel, você ouviu uma mensagem que não seja de ataque raivoso, exprimindo maus bofes e incivilidade?

E as manifestações populares? Na grande regra querem derrubar e afastar alguém ; querem carregar das tintas para criticar o outro lado ; querem botar para quebrar e ganhar no grito. Ninguém rigorosamente ninguém apela para o senso comum, para baixar o tom e a temperatura, para a busca de um canal para um diálogo construtivo. Francamente, os episódios de 8 de janeiro de 2023 demoraram para acontecer. É porrada 24 horas por dia.

É assim na imprensa, nas instituições, na escola, na vida privada, nos negócios? Não sei. Mas na política, os valores republicanos, a decência, o trato respeitoso, a inteligência e até o senso de humor, tudo degradou e decaiu, tudo está pior.

titoguarniere@terra.com.br

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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