Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 17 de dezembro de 2022
A flexibilização da quarentena, de 36 meses para 30 dias, para que políticos possam assumir cargos em estatais, foi criticada pelo deputado federal Bibo Nunes (PL), assim como a indicação de Aloízio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“O governo novo já chega só com absurdos, estourando teto e fazendo com que se constate que esse governo quer dar cabides de emprego. O empreguismo desenfreado vai voltar, para quê isto? Para beneficiar Mercadante sendo presidente do BNDES. O BNDES foi um caos no governo de esquerda. Colocar Mercadante como presidente do BNDES é como colocar o vampiro cuidando do banco de sangue. Não tem fundamento. E outra, três anos [de quarentena] é o correto (…) Temos que colocar nas estatais e ministérios, como colocou o governo Bolsonaro, pessoas técnicas com capacidade. E não dar cargos para seus apaniguados”, defendeu Nunes.
A respeito da PEC da Transição, que pretende furar o teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos para cumprir as promessas de campanha de Lula (PT), o parlamentar deu detalhes sobre as articulações na Câmara para barrar a proposta ou modificar o texto: “Nós do PL, principalmente no mérito, votaremos não com certeza. Depois, nós temos um destaque supressivo. Onde fala em R$ 145 bilhões nós queremos suprimir, ficando em R$ 45 bilhões. No meu caso, eu voto contra os R$ 45 bilhões também. Porque eu não quero que passe um centavo do teto de gastos. Um governo que já chega querendo gastar e querendo colocar aí 13 ministérios a mais e um salário mínimo além do previsto”.
O parlamentar disse achar difícil que sejam conseguidos os 308 votos necessários a aprovação da PEC. “Se não fosse o fato de permitir a votação à distância, com certeza absoluta não seria aprovada essa PEC, para o bem do Brasil. Começar o governo com irresponsabilidade fiscal não dá. O que dizem os esquerdistas: ‘Mas, o Bolsonaro prometeu os R$ 600’. Sim, prometeu. Mas Bolsonaro iria enxugar e economizar. Paulo Guedes tinha a solução para pagar os R$ 600 sem furar o teto. Precisamos de responsabilidade fiscal, de minha parte não voto a favor de um centavo a mais sequer”, argumentou.
Bibo Nunes também ressaltou que as justificativas que o governo de Jair Bolsonaro (PL) teve para furar o teto de gastos durante o mandato já não existem mais no contexto atual: “É muito simples explicar por que foi furado o teto. Estávamos vivendo uma brutal pandemia mundial e uma guerra, afetando toda a economia. Pessoas desempregadas e empresas quebrando e fechando. Vivíamos uma pandemia, hoje não tem mais pandemia. O que querem é simplesmente aumentar o número de ministérios e continuar com os R$ 600 mais R$ 150 para crianças até 6 anos com um dinheiro que não pode ser colocado à disposição”.