Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2015
O Vaticano declarou neste sábado (03) que considera “muito o grave” o fato de o padre polonês Krysztof Olaf Charamsa ter anunciado sua homossexualidade à imprensa, um dia antes do início do sínodo sobre a família, e decidiu afastá-lo de suas funções, informou a Santa Sé. O religioso, de 43 anos, admitiu ter um companheiro.
“Sei que terei de renunciar a meu ministério, apesar de ser a minha a vida”, declarou ao jornal italiano Corriere della Sera. “Sei que a Igreja me verá como alguém que não soube cumprir com seu dever, que se extraviou e, se não fosse pouco, não com uma mulher e sim com um homem!”, acrescentou.
O Vaticano não demorou a reagir às declarações. “A escolha de fazer uma declaração tão impactante um dia antes da abertura do sínodo é muito grave e irresponsável porque tenta submeter à assembleia dos bispos a uma pressão midiática injustificada”, afirmou o padre Federico Lombardi. “Evidentemente, o monsenhor Krysztof Olaf Charamsa não poderá continuar desempenhando suas funções precedentes na Congregação para a Doutrina da Fé”. A congregação é um organismo subordinado ao Vaticano e encarregado de vigiar o respeito do dogma católico.
O Vaticano afirmou que os superiores hierárquicos da diocese de Charamsa deverão decidir se conservam ou não sua condição de padre, algo que parece pouco provável. O padre polonês afirmou que, sobre a questão da homossexualidade, “a Igreja está muito atrasada em relação aos conhecimentos que a humanidade alcançou”. “É hora da Igreja abrir os olhos ante os homosexuais crentes e entender que a solução que propõe, isto é, a abstinência total e uma vida sem amor, não é humana”, ressaltou.