Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2025
A alimentação vegana se baseia em verduras, legumes e frutas, excluindo qualquer alimento de origem animal. Um novo estudo mostrou que em um acompanhamento de pessoas que optaram pelo veganismo a longo prazo, uma grande proporção não conseguiu obter os níveis necessários dos aminoácidos lisina e leucina – mesmo adquirindo a quantidade suficiente de proteínas.
Isso é um motivo de preocupação pois ambos os aminoácidos, que funcionam como “blocos de construção” moleculares que compõem a proteína, fazem parte do grupo chamado “aminoácidos essenciais”.
E este conjunto, que também inclui triptofano, valina, fenilalanina, treonina, isoleucina, metionina e histidina, não é produzido naturalmente pelo corpo humano. Ou seja, são obtidos apenas através da alimentação.
Dessa forma, a equipe de pesquisadores explica que os alimentos de origem vegetal, parte primordial do veganismo, apresentam níveis mais variados de aminoácidos indispensáveis que o corpo pode usar, em comparação com alimentos de origem animal. No Brasil, não existem dados precisos sobre o número total, mas é estimado que 7 milhões de pessoas sejam adeptas ao veganismo, de acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).
A pesquisa, publicada na revista científica PLOS One, analisou diários alimentares detalhados de quatro dias mantidos por 193 veganos de longa data que moram na Nova Zelândia. A partir disso, descobriram que três quartos dos participantes atingiram as necessidades diárias totais de proteína. Considerando o peso corporal, a ingestão de todos os aminoácidos indispensáveis também atingiu as necessidades.
Contudo, diferentemente de pesquisas anteriores, a equipe levou em consideração a digestibilidade. Com isso, foi descoberto que apenas metade dos participantes atingiu as necessidades diárias de lisina e leucina.
Entre os tipos de alimentos consumidos pelos participantes, leguminosas foram os que mais contribuíram para a ingestão geral de proteína e lisina.
“As dietas veganas são a forma mais restritiva de alimentação à base de plantas, dependendo inteiramente de fontes vegetais para todos os nutrientes. Alcançar alta qualidade proteica em uma dieta vegana exige mais do que apenas consumir proteína suficiente — também depende do equilíbrio e da variedade adequados de alimentos vegetais para fornecer todos os aminoácidos nas quantidades de que nosso corpo necessita”, escreveram os autores.
Além disso, os pesquisadores ressaltaram que a falta de aminoácidos essenciais pode afetar de forma negativa o equilíbrio da quantidade de proteínas, a manutenção dos músculos e outras funções fisiológicas. Segundo eles, esse processo pode ser ainda mais instável no caso de populações vulneráveis.
Mas, segundo a equipe, existe uma solução muito simples para o possível problema.
“A inclusão de leguminosas, nozes e sementes surge como fonte vegetal valiosa — não apenas para reforçar a ingestão geral de proteínas, mas também para aumentar especificamente as quantidades de lisina e leucina em uma dieta vegana”, concluem. As informações são do jornal O Globo.