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Veja como não ter prejuízo com o cartão de crédito em viagens internacionais

Especialistas alertam para risco de superendividamento. (Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil)

Viajar para o exterior nas férias sempre é bom. O problema é quando gastos imprevistos — ou compras por impulso — estouram o orçamento, principalmente quando as despesas foram pagas com cartão de crédito. Para reduzir o prejuízo, há opções como a antecipação da fatura do cartão ou o travamento do câmbio na data da compra, disponíveis nos grandes bancos

No fim de 2016, o BC (Banco Central), por meio da circular 3.813, passou a permitir que o consumidor opte por converter o valor gasto no exterior pela cotação da moeda estrangeira em reais no dia da compra — o que permite saber de antemão quanto se vai pagar no vencimento da fatura. A circular, entretanto, não obriga nem estipula um prazo para que as instituições financeiras adotem este sistema. Dos cinco maiores bancos do País, apenas a Caixa Econômica Federal já oferece essa modalidade.

Segundo a Caixa, o cliente tem de informar a opção por essa modalidade no momento em que libera o cartão de crédito para uso no exterior. É possível alterá-la depois de 90 dias. Ao fazer essa opção, a conversão será feita pela cotação do dia da compra, sem ajustes no boleto seguinte. Porém, caso o cliente não opte pela conversão do câmbio na data da compra, pagará o valor da moeda estrangeira no dia do fechamento da fatura e terá o acerto da flutuação do câmbio debitado ou creditado no boleto seguinte.

Os demais bancos oferecem a opção de antecipar o pagamento da fatura do cartão. Ou seja, é possível aproveitar um recuo na cotação da moeda estrangeira. Em períodos de forte volatilidade no câmbio, isso permite um melhor controle dos gastos.

No Bradesco e no Banco do Brasil, quem antecipa o pagamento da fatura fica isento de uma cobrança posterior da variação cambial (a diferença entre a cotação do dia do fechamento da fatura e a do vencimento). Se o cliente optar por pagar na data habitual do vencimento, porém, isso não é possível. No caso das faturas em débito automático, é necessário contatar a central de atendimento e pedir para antecipar o pagamento.

Cuidado com as dívidas

Já Santander e Itaú, apesar de também oferecerem a possibilidade de antecipar o pagamento do cartão, cobram ou devolvem a diferença do câmbio entre o dia dessa operação e o do fechamento da fatura.

O Itaú permite ainda que o cliente carregue o cartão de crédito internacional com dólar, euro ou libra. A conversão é feita pela cotação do câmbio na data da recarga. O banco ressalta, porém, que esse serviço não está disponível para todos os cartões Itaú.

Outra questão que precisa ser considerada na volta das férias é que o salário é pago antecipadamente. Ou seja, há o risco de se ver sem recursos e com uma conta salgada para quitar. Se você se endividou, o melhor a fazer, segundo planejadores financeiros, é analisar cuidadosamente seus débitos e pagar primeiro aqueles com as taxas de juros mais elevadas. No caso do cartão de crédito, ficam entre 15% e 20% ao mês.

“O primeiro passo de alguém que voltou do exterior com dívidas é catalogar os débitos, para saber seu montante e as taxas de juros de cada um”, diz o planejador financeiro Thiago Nigro.

Depois, é preciso renegociar as dívidas. Nigro recomenda procurar o gerente do banco. E, se perceber que não há condições de arcar com os custos, recorrer a um fundo de emergência ou vender algum bem. Outra saída é buscar uma linha de crédito com juros mais baixos, diz a planejadora financeira Annalisa Dal Zotto. Ela cita como opções o consignado e o crédito direto ao consumidor, que ficam entre 2% e 4% ao mês.

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