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Veja o papel de cada indiciado pela Polícia Federal no plano de golpe de Estado

A PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e 36 aliados, incluindo ex-ministros, militares, policiais federais e até um padre. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas na investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A lista de indiciados contém nomes que fizeram parte do alto escalão do governo do ex-presidente, como Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI), além de aliados de confiança do ex-presidente, como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Filipe Martins, ex-assessor internacional.

O inquérito elencou que os investigados por conspiração atuavam em seis frentes de atuação. A investigação apelidou essas frentes como “núcleos”. Cada uma das frentes, articuladas com os demais núcleos da organização, tinha como objetivo preparar as condições para que o golpe de Estado fosse consumado.

Atuação

Produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado.

Integrantes

— Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;

— Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública: A PF encontrou na casa dele o rascunho de um decreto para anular o resultado das eleições e instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral. A defesa do ex-ministro informou que ele só vai se posicionar após ter acesso ao relatório de indiciamento;

— Angelo Martins Denicoli, major do Exército, teria participado do “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”;

— Fernando Cerimedo, empresário argentino que fez live sobre urnas eletrônicas. Trabalhou como estrategista na campanha de Javier Milei;

— Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército, suspeito de participar do plano golpista;

— Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército, que teria participado do plano golpista;

— Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército, também foi alvo da Operação Tempus Veritatis;

— Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor especial de Bolsonaro, considerado um dos pilares do “gabinete do ódio”;

Atuação

Escolha de alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investigadas golpistas. Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e através de influenciadores em posição de autoridade perante a “audiência” militar.

Integrantes

— Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro na eleição de 2022;

— Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, blogueiro alvo da Operação Tempus Veritatis;

— Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão expulso do Exército, foi preso na investigação sobre fraudes no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. A investigação apontou que ele trocou mensagens sobre o plano de golpe;

— Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército, acusado de integrar o núcleo que incitava outros militares a aderirem ao golpe;

— Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;

* Núcleo Jurídico

Atuação

Assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado.

Integrantes

— Filipe Garcia Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, apontado como o responsável por entregar a Bolsonaro a minuta golpista para anular o resultado das eleições de 2022;

— Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;

— Amauri Feres Saad, advogado apontado como autor intelectual da minuta golpista para anular o resultado das eleições de 2022;

— José Eduardo de Oliveira e Silva, padre apontado como integrante do “núcleo jurídico” do plano de golpe;

— Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;

* Núcleo operacional de apoio às ações golpistas

Atuação

A partir da coordenação e interlocução com o então ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, atuavam em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília.

Integrantes

— Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército, também foi alvo da Operação Tempus Veritatis;

— Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército, acusado de integrar o núcleo que incitava outros militares a aderirem ao golpe;

— Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército, suspeito de participar do plano golpista;

— Rafael Martins de Oliveira, coronel do Exército, que teria monitorado Alexandre de Moraes no plano para executar o ministro;

— Cleverson Ney Magalhães, coronel e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres, teria apoiado o plano golpista;

* Núcleo de inteligência paralela

Atuação

Coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente da República Jair Bolsonaro (PL) na consumação do golpe de Estado. Monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de golpe de Estado.

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