Quarta-feira, 13 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Se o objetivo fosse efetivamente o combate à corrupção a superlista das planilhas do Odebrecht estaria publicada na íntegra em todos os jornais e seria motivo de manchetes com letras garrafais. Como a intenção é outra… aqui estamos nós em plena sexta-feira santa em meio a uma crise sem precedentes.
A presidenta já denunciou o golpe à mídia internacional, a vergonha, portanto, já ultrapassou nossas fronteiras estamos todos “em boca de Matilde!”. Hoje a colunista Mônica Bergamo da Folha resume a situação ao afirmar que um interlocutor da Oldebrecht, avisa que o comunicado de que a empresa está disposta a colaborar de maneira “definitiva” com a Justiça soou como uma ameaça atômica já que o listão da Lava-Jato atinge quase todo o universo politico, setores do Judiciário, da diplomacia, dos militares e até do Ministério Público.
Segundo Mônica: “há uma aposta de que, de tão abrangente e explosiva, a Lava-Jato poderia caminhar inclusive para uma operação “abafa”. A determinação do Juiz Sérgio Moro de manter a superlista em sigilo já não surte nenhum efeito. Ontem o grupo ciberativista Anonymous publicou em sua conta no Facebook a lista completa. Os arquivos da contabilidade da empresa ficaram guardados por 20 anos com uma ex-secretária da empreiteira Conceição Andrade desligada da empresa nos anos 1990.
Ela contou que os documentos foram parar na casa dela por engano após a demissão, encaixotados com seus pertences. Documentos explosivos foram encontrados na residência de Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Construtora. A lista já teria sido entregue no ano passado à CPI da Petrobrás.
Seguindo a “tradição” na superlista apreendida recentemente pela Lava-Jato, agentes públicos e políticos apareciam nas planilhas da Odebrecht de 30 anos atrás como “parceiros”. O uso de codinomes é outro modus-operandi que vem desde aquela época.
A jornalista Bela Megale publica hoje na Folha trechos da delação premiada, ainda não homologada pelo STF do ex-deputado ex-presidente do PP (Partido Progressista) Pedro Corrêa com mais de 40 anos de vida parlamentar, que deverá segundo a reportagem trazer transtornos explosivos a oposição.
Segundo Corrêa, o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, recebia mesada de José Janene, ex-deputado do PP. O pedido de impeachment que ao que tudo indica será aprovado na Câmara Federal presidido pelo réu da Operação Lava-Jato dep. peemedebista Eduardo Cunha, está ancorado no famoso parecer de Nardes sobre as “pedaladas fiscais”.
“Corrêa lembra que, quando Nardes foi nomeado ministro do TCU, em 2005, foi destruído um recibo que comprovava o pagamento da propina. Era, segundo Corrêa, um recibo de valor ‘baixo’, algo entre R$ 10 mil e R$ 20 mil”, diz Bela Megale.
Corrêa também mencionou a irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG). “O pernambucano também apresentou uma lista de operadores de propina e incluiu o nome de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e uma de suas principais assessoras, como a responsável por conduzir movimentações financeiras ligadas ao tucano”, informa a jornalista.
Em outro trecho da delação ele confirma que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comprou a emenda à reeleição com apoio de pesos pesados do PIB nacional, inclusive banqueiros. Um desses banqueiros segundo o delator “dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro de Brasília e recebessem a propina em dólares americanos”.
Segundo a reportagem, os fatos narrados por Corrêa são vistos como “uma crônica política” que ajudará a completar lacunas de outras colaborações. Nitroglicerina pura! Vão abafar também? A aposta é que após derrubarem através do golpe a presidenta Dilma Roussef, o que acalmaria a opinião publica, a Operação Lava-Jato vai para a cucuias! Tem mais, mas para uma sexta-feira santa já é o suficiente!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.