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Vendas de alimentos acumulam crescimento de 2,7% no ano, diz a Associação Brasileira de Supermercados

Cúpula da entidade avaliação positivamente as medidas anunciadas pelo governo federal. (Foto: Marcello Campos/O Sul)

As vendas do varejo e “atacarejo” alimentar cresceram 2,9% em outubro ante o mesmo mês do ano passado, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a setembro, o avanço foi de 3,5%, sustentado pelo crescimento da empregabilidade ao longo do ano. A avaliação foi compartilhada pelo vice-presidente da entidade, Márcio Milan, em entrevista à imprensa.

No acumulado do ano, o indicador tem alta de 2,67% e permanece acima das projeções do setor, de crescimento de 2,50% em 2024. Os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e contemplam supermercados, hipermercados e atacarejo alimentar.

O pagamento do 13º salário, as datas festivas e outros benefícios que devem ser pagos ao longo dos últimos meses do ano devem impulsionar o consumo no período, afirma Milan. Para a Black Friday, a associação trabalha com uma expectativa de 6% a 8% de crescimento nas vendas em relação a 2023. Já no Natal, o setor prevê um avanço de 12% no consumo.

Já os preços da cesta natalina devem, em média, subir 8%, impactados pela alta do dólar e fatores climáticos que provocaram a inflação dos alimentos, principalmente nas carnes e nos produtos básicos. Milan acrescenta: “As encomendas de fim de ano já foram feitas. As movimentações mais recentes do dólar ainda não foram incorporadas e, se persistirem, vão interferir nos preços”.

Apesar da alta do dólar, o vice-presidente da Abras entende que há uma sinalização positiva por parte do governo, especialmente no que diz respeito à isenção do pagamento de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.

A entidade atua há mais de 50 anos como representante de um segmento responsável pela movimentação de 9,02% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e por 9 milhões de empregos. O varejo alimentar atende diariamente 30 milhões de consumidores, em mais de 414 mil lojas no País.

Nota ofiicial

Após o anúncio das medidas fiscais pelo governo federal, a Abras divulgou nota sobre o assunto:

“A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) considera que o pronunciamento do ministro Fernando Haddad, realizado na quarta-feira (27), representa um marco histórico pela abordagem adotada em relação ao ajuste fiscal.

O titular da pasta destacou que, embora as medidas sejam rigorosas, o ajuste fiscal não pode penalizar os cidadãos da base da pirâmide de renda. Entre os anúncios, merece destaque a isenção do Imposto de Renda para rendimentos mensais de até 5 mil reais — uma antiga demanda da sociedade, agora atendida.

Para a Associação, o ministro foi além ao vincular o ajuste das contas públicas à ampliação do conceito da nova Cesta Básica Nacional de Alimentos, já aprovada no âmbito da Reforma Tributária do Consumo.

Ele também garantiu que a lista de alimentos da Cesta Básica Nacional totalmente livre de tributos não será restrita e continuará a incluir a carne como item isento de impostos. Para a Abras, essa medida representa uma conquista importante para os consumidores, pois reverte a tendência histórica de aumento da carga tributária sobre a população.

A Abras reafirma seu compromisso com o País, oferecendo total apoio do setor supermercadista para desenvolver iniciativas que mitiguem os impactos das recentes altas de preços no setor alimentar. A Associação apresentou recentemente ao governo propostas para estimular a economia e ampliar o poder de compra da população:

– Criação do PAT e-Social;
– Venda de remédios sem receita nos supermercados;
– Modernização dos prazos de validade dos produtos;
– Maior flexibilidade nos contratos de trabalho;
– Ampliação das iniciativas de doação de alimentos;
– Neutralidade da carga tributária do varejo alimentar na regulamentação da reforma tributária;
– Proibição dos jogos de apostas on-line (bets) no Brasil.

A Abras espera que o governo torne efetivos os anúncios feitos pelo ministro Haddad, beneficiando a população brasileira. Além disso, considera essencial que a bancada governista no Senado trabalhe de forma alinhada com esses objetivos sociais, garantindo não apenas a ampliação da lista de produtos da Cesta Básica Nacional de Alimentos, mas também a inclusão de outros itens de higiene pessoal e limpeza na desoneração parcial de 60% prevista na reforma tributária do consumo”.

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