Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2016
Uma cobra com a maior glândula de veneno do mundo pode ser a resposta para o alívio da dor, diz uma pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália. Chamada de “assassina das assassinas”, a cobra coral azul é conhecida por se alimentar de outras serpentes. Nativa do Sudeste Asiático, a predadora chega a ter 2 metros de comprimento. Seu veneno tem efeito “quase imediato”, causando espasmo na presa.
A pesquisa, publicada na revista científica “Toxin”, descobriu que o veneno da serpente atinge receptores críticos para a dor nos seres humanos e poderia ser usado como método de tratamento. “A maioria das cobras tem um veneno de ação lenta, que funciona como um poderoso sedativo. Você fica sonolento, lento, antes de morrer”, explica Bryan Fry, autor da pesquisa. “O veneno dessa serpente funciona, no entanto, quase que imediatamente. Ela costuma se alimentar de animais muito perigosos que precisam ser mortos rapidamente antes que tentem revidar.”
Os caracóis-cone e escorpiões são exemplos de animais invertebrados cujo veneno tem sido estudado para uso medicinal. O pesquisador acredita, entretanto, que um medicamento desenvolvido a partir do veneno de cobras poderia ser mais eficaz – uma vez que as serpentes são vertebradas, evolutivamente mais próximas dos seres humanos.
Segundo Fry, esse é o primeiro vertebrado conhecido no mundo cujo veneno age desta forma. Essa espécie de cobra, no entanto, é rara: mais de 80% do seu habitat foi destruído. “Elas são realmente raras. Até hoje, eu só encontrei apenas duas na natureza”, conta. (BBC)