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Brasil A Venezuela expulsou o embaixador do Brasil em Caracas

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Segundo a presidente do Legislativo chavista, Ruy Carlos Pereira "vulnerou o fio constitucional" do país. (Foto: Agência Brasil)

A Venezuela ordenou no sábado (23) a expulsão do embaixador do Brasil, Ruy Carlos Pereira, ao declarar que ele é “persona non grata” no país. A decisão foi anunciada por Delcy Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional Constituinte em Caracas.

“No âmbito das competências do Legislativo, em que está justamente a soberania nas nossas bases de comissão, decidimos declarar ‘persona non grata’ o encarregado de negócios do Canadá e também o embaixador do Brasil, até que se restitua o fio constitucional que o governo de fato vulnerou, no caso deste país-irmão”, afirmou ela, em comunicado transmitido pelo canal de televisão estatal.

A fala de Dercy sobre o Brasil foi uma resposta a um dos jornalistas sobre como outros países tratam a participação de partidos no processo eleitoral do regime do presidente Nicolás Maduro. “Vimos algumas posições minoritárias a nível internacional. Essa é uma informação para este país, não para outros governos”, rebateu ela.

“O caso a que você se refere, especificamente, do Brasil, neste ano, depois do golpe de estado que houve no Brasil, contra a presidente Dilma Rousseff, foi aprovada no Congresso a chamada cláusula de barreira, justamente que impede que partidos pequenos possam ter participação eleitoral”, prosseguiu a presidente do Parlamento.

“Então essa cláusula estabelece uma porcentagem que começa a ter vigência em 2018, mas que nas próximas eleições vai aumentando, o que, no futuro, impediria que algum partido pequeno, algo que na Venezuela, no sistema plural de partidos políticos, nós temos uma ampla gama de partidos políticos, com tendências políticas e ideológicas diversas, e plurais. E no caso do Brasil, se evitaria que partidos minoritários possam ter algum tipo de participação política”, acrescentou.

Em seguida, ela mudou o assunto e anunciou que a Venezuela decidiu declarar “persona non grata” tanto ao encarregado de negócios do Canadá quanto ao embaixador brasileiro. Os motivos que levaram às duas decisões, porém, são distintos.

“Nós decidimos declarar ‘persona non grata’ o encarregado de negócios do Canadá, por sua intromissão permanente e insistente, grosseira e vulgar nos assuntos internos de Venezuela, apesar de a chancelaria venezuelana, e não é de agora, durante anos tem feito chamados de atenção para que se respeite a convenção sobre relações diplomáticas. Persistentemente, [ele] faz declarações, faz uso do Twitter, para pretender dar ordens à Venezuela”, detalhou Dercy

Já no caso do Brasil, a dirigente parlamentar explicou que o motivo é o fato de o País ter “vulnerado o fio constitucional” venezuelano. “A chancelaria venezuela fará os trâmites para iniciar este processo declaratório de ‘persona non grata'”, completou ela.

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