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Mundo A Venezuela não será foco da visita de Lula ao Chile, diz o Ministério das Relações Exteriores

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Chefes de Estado divergem quando o assunto é Venezuela. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversará nesta segunda-feira (5) com o líder chileno Gabriel Boric em meio à tensão regional causada pelas eleições venezuelanas. Apesar de o Itamaraty afirmar que o assunto não configura como temática central do encontro, a expectativa é de que os chefes de Estado aproveitem a ocasião para debater o cenário.

Do ponto de vista da política externa e interna, o petista enfrenta um dos maiores testes diplomáticos e de gestão de seu mandato enquanto busca manter o papel de liderança política na América do Sul. Na avaliação de especialistas, porém não haverá concordância política na visita.

“É mais do que natural que dois presidentes conversem sobre a região, especialmente em um encontro privado. É o momento de falar mais livremente”, respondeu a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, ao ser questionada por jornalistas durante o briefing da viagem.

Os presidentes divergem. Boric adotou uma posição mais dura contra o regime Maduro, dizendo ser “difícil de acreditar” na reeleição do ditador. O Chile se alinhou com países, como a Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Peru.

Como consequência, as nações tiveram seus corpos diplomáticos expulsos. O Brasil assumiu a embaixada argentina a pedido do governo de Javier Milei, para proteger os seis opositores de Maduro que estão refugiados no local, e que foram ameaçados de prisão pelo governo chavista. Questionada se o Brasil pode assumir a Embaixada do Chile, que também foi esvaziada, Gisela não comentou.

Lula e Boric dificilmente vão formar um consenso sobre as eleições na Venezuela, mesmo sendo ambos líderes de esquerda. Vale lembrar que o chileno já fez, publicamente, duras críticas à proximidade entre o petista e Maduro.

Em março do ano passado, quando Lula chamou de “narrativas” as acusações de violação dos direitos humanos pelo regime chavista, Boric rebateu. “É uma realidade séria. Eu tive a oportunidade de vê-la nos olhos de centenas de milhares de venezuelanos que vivem na nossa pátria e que exigem uma posição firme e clara de respeito aos direitos humanos em todo o lugar, independentemente da coloração política do governante do momento”, disse na ocasião.

Reaproximação

Segundo a embaixadora Gisela, a visita desta segunda marca a reaproximação entre os dois países e o objetivo é diversificar uma relação que já é sólida. O Brasil é o terceiro maior sócio comercial da nação vizinha, com um fluxo de US$ 12 bilhões, levemente superavitário para o lado brasileiro. “Temos um comércio relativamente equilibrado com o Chile, mas acho que falta um pouco de diversificação. Nós exportamos basicamente petróleo, automóveis e carne, e importamos cobre, pescados e minério.”

Um dos objetivos do Brasil é construir uma base de indústria de Defesa na região, considerando que os dois países já possuem parcerias militares. Por exemplo, o Chile negocia com a Embraer desde os anos 1970, e opera 22 caças brasileiros Super Tucano. O Brasil se coloca à disposição para quando o governo chileno renovar sua frota, e pretende também vender o cargueiro C-390.

Por sua vez, os interesses chilenos incluem segurança pública, segurança cibernética, combate ao crime e atuação em desastres naturais, já que o país é frequentemente atingido por terremotos, deslizamentos e outras catástrofes.

Acordos

Os acordos incluem a certificação eletrônica de vinhos e bebidas, na agricultura, mineração, turismo, cooperação entre as academias diplomáticas dos dois países sobre questões de gênero — área em que o Chile lidera — cooperação em saúde pública, direitos humanos, governo digital, ciência espacial, e um novo acordo de extradição.

Outro projeto de interesse que será discutido com o governo chileno é a finalização do Corredor Bioceânico de Capricórnio, que ligará Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, ao litoral norte do Chile. A meta é criar um caminho rodoviário mais barato para escoar a produção do Centro-Oeste para a China e outros países da Ásia, por meio do Oceano Pacífico. A rota envolve Brasil, Chile, Argentina e Uruguai, e a estrada já está praticamente pronta. As nações discutem agora a modernização dos serviços aduaneiros e logísticos.

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