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Rio Grande do Sul Polícia Federal investigará vereador gaúcho que menosprezou os baianos. O motivo agora é calúnia contra ministro do Supremo

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Parlamentar do PL escapou de cassação em maio do ano passado. (Foto: Reprodução/Youtube)

Conforme anunciado no final da semana passada, o ministro Flávio Dino (Justiça) solicitou nesta terça-feira (7) que a Polícia Federal (PF) investigue o vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul (Serra Gaúcha). O motivo não são as ofensas contra trabalhadores baianos, mas um discurso em que associou integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) aos crimes de pedofilia e estupro de vulnerável.

A fala foi proferida na Câmara Municipal da cidade gaúcha em 17 de novembro do ano passado. Na ocasião, o parlamentar (então vinculado ao partido Patriotas) fez acusações tão graves quanto desprovidas de provas, cometendo calúnia contra um alvo que não identificou:

“Um ministro do STF participou de orgia com crianças fora do Brasil. Como um cara desse vai permitir que sejam criadas leis mais severas para quem comete esse crime aqui dentro? A vergonha começa lá em cima!”.

Flávio Dino então solicitou que o caso seja incluído nos inquéritos que apuram a disseminação de fake news e a organização de atos antidemocráticos no País. Na sua avaliação, trata-se de crime contra autoridade federal. “Continuamos lutando todos os dias contra mentiras e agressões gratuitas”, lamentou.

Baianos

Enquanto isso, Sandro Fantinel permanece encrencado por sua manifestação de 28 de fevereiro, quando atacou o povo da Bahia com afirmações preconceituosas. O vereador já foi expulso do partido Patriotas e corre risco de cassação na Câmara Municipal, além de ser alvo de investigação policial e de ação do Ministério Público pedindo dele uma indenização de R$ 300 mil por danos morais coletivos.

Tudo começou com sua irritação diante da ampla repercussão do caso envolvendo trabalhadores temporários submetidos a regime análogo ao de escravidão na cidade gaúcha de Bento Gonçalves. Ele tentou minimizar o episódio e insinuou que a culpa era das próprias vítimas, por serem originárias do Estado nordestino, “um lugar onde as pessoas só querem ficar na praia e bater tambor”.

(Marcello Campos)

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