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Vereadores de Porto Alegre registram ocorrência policial após tumulto provocado na Câmara Municipal por manifestantes antivacina

Parlamentares protestaram na tribuna contra agressões no Plenário. (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Um dia após os incidentes causados na Câmara de Vereadores de Porto Alegre por manifestantes que se opõem à vacinação contra o coronavírus e à exigência do comprovante de imunização, o fato teve desdobramentos nesta quinta-feira (21). Um grupo de parlamentares registrou ocorrência policial e não faltaram proncunciamentos de repúdio na tribuna da Casa.

A Delegacia de Combate à Intolerância recebeu integrantes da bancada negra que providenciaram três boletins pelos crimes de agressão física, racismo e apologia ao nazismo. Isso porque os ativistas que tumultuaram a sessão plenária teriam cometido agressões físicas, vociferado falas discriminatórias e ostentado cartaz estampado com uma suástica.

De acordo com a Polícia Civil, alguns dos apontados como responsáveis pela agitação na Câmara já estão identificados, incluindo figuras já envolvidas em incidentes semelhantes. Uma investigação foi aberta e eles serão ouvidos.

Discursos de repúdio

No Plenário, diversos vereadores subiram à tribuna para repudiar o incidente. Para Pedro Ruas (Psol), o que aconteceu foi um movimento organizado da ultradireita, de nazistas com agressões e baderna absurda contra o povo representado no Parlamento municipal.

“Uma coisa inútil, imbecil e sem sentido, pois já há obrigatoriedade do passaporte sanitário no Rio Grande do Sul desde segunda-feira e Porto Alegre está dentro do Estado”, discursou.

Filho do prefeito Sebastião Melo e integrante da base aliada ao governo municipal na Câmara, Pablo Melo (MDB) também repudiou os acontecimentos na Casa e reiterou que a oposição ao passaporte vacinal “é uma discussão inócua, porque já existe um decreto estadual que regula essa situação:

“A prefeitura se destaca exatamente pela ampla vacinação da população, hoje com mais de 98% em primeira dose, o que demonstra que o povo aceita sim a campanha, um caminho para a vida e para o final dessa pandemia. Mas entendo o veto da prefeitura ao passaporte, pela questão logística, pois não tem a mínima condição de fiscalizar o que 1,5 milhão de porto-alegrenses fazem no dia a dia.”

Laura Sito (PT) relatou atos de racismo vindos de manifestantes que foram retirados das galerias: “Não aceitaremos isso, fomos chamadas de ‘lixo’ e ‘empregada doméstica’. Chegamos aqui porque o povo negro quer estar aqui representado e nos honramos por essa representação. Não aceitaremos fascismo, nazismo e racismo”.

Alexandre Bobadra (PSL) criticou as agressões mas também defendeu a posição da prefeitura em vetar o passaporte: “Milhares de pessoas utilizam o transporte coletivo todos os dias, imaginem se fôssemos implementar o passaporte nisso?”, questionou. “Mas sou contra a violência, gosto de diálogo, conversa, negociação e entendimento”. (BMB)

Mônica Leal (PP) também se pronunciou: “Falaram tanto da agressividade da esquerda e hoje fazem pior. A discussão do veto é inútil, já que há um decreto estadual que versa sobre o mesmo assunto, e o município não pode ser mais flexível que o Estado”.

(Marcello Campos)

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