Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de abril de 2017
No final da manhã desta quarta-feira (5), vereadores de diversos partidos se reuniram com o prefeito Nelson Marchezan Jr. para tratar da crise da educação no município de Porto Alegre.
O encontro, solicitado por 18 parlamentares da bancada de oposição e do bloco independente, tinha por objetivo fazer uma mediação e buscar a construção de uma via de diálogo sobre a proposta de reforma administrativa que a SMED impôs às comunidades escolares. No final, os vereadores do PSOL entregaram a Marchezan Júnior atas de reuniões de comunidades escolares e documentos produzidos por escolas explicando por que a reforma da prefeitura precariza a atividade pedagógica.
Apesar de reiteradas falas de vereadores em defesa de uma solução dialogada e construída coletivamente, o prefeito se manteve irredutível e disse que insistirá em levar adiante a reforma como determinada originalmente pela SMED, ouvindo as escolas apenas se for individualmente e para tratar de questões isoladas caso a caso.
O Prof. Alex Fraga, líder da bancada do PSOL, que é professor licenciado da rede municipal, apresentou dados sobre a rotina das escolas e explicou como a atividade pedagógica é prejudicada com a reforma da SMED. Ele também criticou a estratégia da prefeitura, de tentar intimidar professores e escolas por meio de sindicâncias.
Um outro ponto destacado pelo Prof. Alex foi a necessidade de rever a questão do horário de entrada na escola dos alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos), que era 19h e, pela reforma da SMED, passa para 18h30. O vereador insiste que o novo horário inviabilizará que muitos alunos se desloquem do trabalho para a escola, o que pode elevar os índices de evasão e impossibilitar que essas pessoas, que em geral não tiveram a chance de estudar na idade escolar, recuperem o tempo perdido e consigam concluir o Ensino Fundamental.
“Com a intransigência do prefeito e sua recusa em buscar uma solução dialogada com as comunidades escolares, nos resta seguir ao lado dos professores, pais e alunos na luta por respeito e valorização, buscando ampliar os fóruns para debate de ideias e expondo à sociedade a real situação das escolas”, afirmou o vereador.