“À medida que nossa visão do universo se expandiu, percebemos que nosso sistema solar pode ser incomum”, observou Samson Johnson, estudante de pós-graduação da Universidade de Ohio em Columbus (Estados Unidos) e um dos autores da pesquisa, em um comunicado da Nasa. “Roman nos ajudará a aprender mais sobre como nos encaixamos no esquema cósmico das coisas com o estudo de planetas interestelares.”
Astrônomos sempre tiveram dificuldade para encontrar esses planetas que não orbitam sóis. Na década de 1990, eles encontraram planetas fora do sistema solar da Terra, – os chamados exoplanetas – tanto gasosos quanto rochosos; mas muitos deles orbitam estrelas.
O telescópio Roman procurará planetas interestelares a partir de uma técnica chamada de microlentes gravitacionais. Ela observa o efeito que ocorre quando a massa de um objeto no espaço distorce o espaço-tempo (como Albert Einstein demonstrou com a Teoria da Relatividade).
A pesquisa publicada no Astronomical Journal estima que o Roman seja até 10 vezes mais sensível aos planetas interestelares do que os outros telescópios, e sugere que ele poderá encontrar objetos desse tipo que tenham massa igual ou maior do que a de Marte (no nosso sistema solar, o planeta vermelho só vence de Mercúrio em termos de massa; mas tem um com diâmetro um pouco maior do que o da Terra).
Roman focará em planetas interestelares da Via Láctea que estejam entre nosso sol e o centro da nossa galáxia; uma distância de cerca de 24 mil anos-luz. “Vários planetas interestelares já foram encontrados; mas para se ter uma noção melhor [da quantidade deles], nossa maior aposta é algo como o Roman”, disse Johnson em outro comunicado à imprensa. “Essa é uma fronteira completamente nova.”
É pouco provável que alguns desses planetas “escondidos” na nossa galáxia sejam habitáveis: como eles são orbitam estrelas, devem ser extremamente frios. Porém, estudá-los é muito importante para a ciência.
“Se encontrarmos muitos planetas interestelares de baixa massa, saberemos que, à medida que as estrelas formam planetas, elas provavelmente ejetam um monte de outras coisas na galáxia. Isso nos ajuda a entender o processo de formação dos planetas em geral”, conclui Johnson.