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Viagem de Eduardo Cunha e deputados ao exterior custou 347 mil reais

Na viagem, Cunha se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas (Foto: André Coelho/AG)

A viagem oficial de deputados a Israel, Palestina e Rússia, no início de junho, custou aos cofres da Câmara 347 mil reais em gastos de passagens aéreas e diárias concedidas aos congressistas.

Chefiada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a comitiva teve à sua disposição um roteiro turístico elaborado pela Câmara e foi engrossada por cônjuges de alguns dos parlamentares, entre elas Cláudia Cruz, mulher de Cunha.

O gasto relativo a elas não foi bancado pela Câmara, mas pelos parlamentares, segundo a diretoria-geral da Casa. Também não houve custo da Casa com pessoas não relacionadas à Câmara, como o ex-candidato à Presidência Pastor Everaldo (PSC).

Na viagem, Cunha se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. O périplo teve fim na Rússia, com a participação na reunião parlamentar dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Além dos compromissos oficiais, a Câmara preparou visitas ao Mar da Galileia, Nazaré, Jerusalém e Belém. Em junho, o presidente da Câmara defendeu a viagem como uma forma de o parlamento brasileiro estar “presente no debate dos temas internacionais”.

A Câmara não havia divulgado os gastos à época sob o argumento de que não havia fechado a contabilidade, já que parte da comitiva viajou a convite e abriu mão de diárias e passagens.

Campeão 

A planilha da diretoria-geral da Casa mostrou que o maior gasto foi o de Cunha. Apesar de ter aberto mão das diárias – ele viajou a convite e teve a hospedagem paga pelos países visitados –, suas passagens aéreas na classe executiva somaram 33 mil reais. Os demais deputados viajaram na classe econômica, segundo a Câmara. Na média, o custo aos cofres públicos foi de  25 mil reais por congressista.

Nesta sexta-feira (10), Cunha voltou a defender a viagem, por meio de sua assessoria. “Sobre os custos, ressaltamos que a Câmara dos Deputados, neste ano, apresenta o menor gasto acumulado comparado com anos anteriores. Nesta linha, duas missões [Israel-Palestina e Rússia] foram conciliadas numa única viagem, para maior economicidade”, afirmou.

Sobre o roteiro turístico, disse que as atividades faziam parte da “agenda montada pelo país anfitrião e foram realizadas no final de semana”. (Folhapress) 

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