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Notícias Vice de Bolsonaro, o senador eleito Hamilton Mourão contraria tom agressivo de apoiadores do presidente e diz ter boa relação com José Múcio, provável ministro da Defesa de Lula

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O general da reserva afirmou que "a história não se apaga e nem se reescreve". (Foto: Agência Brasil)

A possível indicação de José Múcio Monteiro para o Ministério da Defesa foi elogiada pelo vice-presidente e senador eleito pelo Republicanos do Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão. Para ele, o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) “será um nome positivo” para comandar a pasta. Na segunda-feira (28), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com Múcio e indicou que vai convidá-lo para chefiar a Defesa a partir de 2023. A ideia é que o nome do ministro da Defesa e dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica sejam anunciados até a próxima semana.

“Tenho muito apreço e respeito pelo ministro Múcio, com quem tive excelente relação quando ele estava no TCU. Julgo que será um nome positivo para o cargo”, afirmou o vice do presidente Jair Bolsonaro (PL). O tom do general contraria o discurso agressivo de bolsonaristas radicais, que tem pregado contra a eleição de Lula e pedido intervenção para que o petista não assuma.

Mourão também minimizou o fato de o comando da Defesa ficar pela primeira vez com um civil em mais de quatro anos. A tradição dos governos do PSDB e do PT era que civis comandassem o ministério, mas desde fevereiro de 2018, quando o então presidente Michel Temer (MDB) escolheu o general Joaquim Silva e Luna para a pasta, o ministério sempre foi chefiado por militares. “Tivemos inúmeros civis como ministros”, declarou o senador eleito.

Eleito cinco vezes deputado federal por Pernambuco, Múcio foi ministro das Relações Institucionais de 2007 a 2009, no segundo mandato de Lula, e é elogiado pela capacidade de articulação política. Lula enfrenta muitas dificuldades de relacionamento com a cúpula militar e Múcio tem ótimo trânsito nas Forças Armadas.

Os militares ganharam protagonismo político sob Bolsonaro. Além do Ministério da Defesa, integrantes das Forças Armadas chegaram a comandar Saúde e Minas e Energia, sem contar estatais, como Correios e Petrobras.

Postura dúbia

Desde o fim do período eleitoral, bolsonaristas radicais estão acampados em frente a quartéis pedindo, entre outras coisas, a anulação da eleição do petista e intervenção militar. Em outra frente, mais de mil protestos com bloqueios de estradas foram desfeitos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Diante desse quadro, os militares optaram por adotar uma postura dúbia.

Interlocutores do PT com as Forças Armadas têm defendido que a definição do ministro da Defesa seja uma das primeiras a serem anunciadas. A avaliação é que a definição de um porta-voz para a área ajudaria a construir um diálogo com os militares, poderia servir para acalmar os setores mais radicais e jogaria as discussões sobre a área para “o futuro”, evitando que os atuais comandantes das três Forças Armadas e o atual ministro da Defesa de Bolsonaro ditassem os rumos.

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