Quinta-feira, 17 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de abril de 2025
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, se referiu nessa terça-feira (8) ao governo chinês como “camponeses” durante uma entrevista à rede de TV norte-americana Fox News. O termo irritou Pequim, que reagiu e chamou a fala de “ignorante e desrespeitosa”.
A troca de farpas aumentou as tensões entre Estados Unidos e China, que já protagonizam nesta semana tensões por conta do aumento mútuo de tarifas sob produtos de ambos os países.
Vance criticou o que chamou de dependência excessiva dos EUA do mercado chinês.
“Nós pegamos dinheiro emprestado de camponeses chineses para comprar as coisas que esses camponeses chineses fabricam”, declarou Vance.
Reação chinesa
Em reação, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, chamou a atitude de Vance de “surpreendente e triste”.
“A posição da China sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos foi deixada muito clara. É surpreendente e triste ouvir comentários tão ignorantes e desrespeitosos deste vice-presidente”, disse Lin Jian , durante o briefing diário de notícias.
EUA e China vivem uma das maiores crises diplomáticas dos últimos anos. Nesta terça, a Casa Branca anunciou que começará a aplicar tarifas de 104% sobre produtos chineses a partir da meia-noite de quarta-feira (9).
Taxa mais alta
A taxa é ainda mais alta que a originalmente anunciada por Trump em seu pacote de “tarifaço” a vários países, na semana passada. Na ocasião, os produtos chineses foram taxados em 34% a mais que as tarifas originais.
Pequim reagiu e anunciou retaliação também com aumento de tarifas para produtos norte-americanos. A reação irritou Trump, que exigiu que o governo chinês voltasse atrás sob ameaça de aumentar ainda mais a taxa aplicada a produtos chineses.
Os EUA chegaram a dar um prazo para o recuo, e Trump postou em sua rede social que estava esperando uma ligação da China para discutir as tarifas, mas isso não ocorreu.
Durante a madrugada, a China disse que não vai voltar atrás e que está pronta para seguir respondendo aos aumentos tarifários, apesar de considerar que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.