O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, disse esperar que o presidente Donald Trump finalize um acordo para manter o TikTok operando no país antes do fim da data-limite para a venda do aplicativo, o dia 5 de abril.
“Está quase certo que haverá um acordo de alto nível, que, acredito, atenderá às nossas preocupações de segurança nacional e permitirá a existência de uma empresa TikTok distinta nos EUA”, disse Vance, que está ajudando a conduzir as negociações para a venda forçada da plataforma, em entrevista à rede NBC News.
Ele completou:
“Seja por meio de uma extensão (do prazo) u simplesmente garantindo que o acordo atenda às preocupações de segurança nacional, acho que chegaremos a um ponto em que poderemos dizer que o TikTok está operacional, mas de uma forma que protege a privacidade dos dados dos americanos e a segurança nacional dos EUA.”
Vance não forneceu detalhes sobre os participantes das negociações para a compra do aplicativo. No domingo (9), Trump revelou estar em conversas com quatro possíveis compradores do TikTok nos EUA e disse que um acordo poderia ser fechado “em breve”, sem nomear os concorrentes ou indicar quem estaria mais perto de fechar a compra.
O aplicativo, de propriedade da empresa chinesa ByteDance, tem até 5 de abril para fechar um acordo de venda de suas operações nos EUA, sob pena de ser banido do país, conforme uma lei bipartidária aprovada durante o governo Joe Biden.
Os EUA são, de longe, o mercado mais importante para a empresa — a ByteDance opera um serviço similar, o Douyin, na China —, e o TikTok nos EUA foi avaliado em até US$ 50 bilhões no ano passado. No entanto, há ceticismo sobre se a ByteDance ou Pequim aprovariam a venda da operação americana.
Trump já havia tentado banir o TikTok no passado, mas tornou-se um defensor do aplicativo, atribuindo-lhe um papel importante na ampliação do alcance de sua campanha presidencial de 2024 entre os eleitores mais jovens. Ele já prorrogou o prazo para a venda uma vez e indicou estar aberto a fazer isso novamente, mas afirmou acreditar que um acordo é viável.
Vance sugeriu que parte da burocracia pode fazer com que o processo ultrapasse o prazo final, mas disse estar otimista de que não será necessário um novo adiamento:
“Acho que as diretrizes do acordo serão muito claras. A questão é se conseguiremos concluir toda a documentação necessária.”
Vance ressaltou que a Casa Branca gostaria de “finalizar tudo sem a necessidade de estender o prazo”, acrescentou Vance:
“O acordo em si será muito claro, mas a criação de milhares e milhares de páginas de documentos legais é a única coisa que me preocupa e pode atrasar um pouco.”
Os interessados publicamente conhecidos até agora incluem um grupo liderado pelo bilionário Frank McCourt e pelo cofundador do Reddit, Alexis Ohanian; outro grupo liderado pelo empreendedor de tecnologia Jesse Tinsley e pelo influenciador do YouTube MrBeast; e uma oferta de fusão da empresa de inteligência artificial Perplexity AI.
Trump também mencionou o nome de Larry Ellison, fundador da Oracle, que já trabalha com o TikTok no armazenamento de dados dos usuários americanos. Autoridades também avaliaram a possibilidade de Elon Musk, bilionário e conselheiro de Trump, adquirir o TikTok nos EUA. No entanto, Musk, que já é dono da rede social X, afirmou não ter interesse na compra.
Trump declarou que acredita que o governo americano deveria receber uma fatia de 50% na empresa como condição para o acordo.