Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de janeiro de 2025
Orientação é que a população não mate os morcegos
Foto: Divulgação SMS/PMPAA DVS (Diretoria de Vigilância em Saúde) de Porto Alegre publicou na terça-feira (21), Informe de Risco sobre morcegos com o vírus da raiva. Em janeiro, dois casos de morcegos infectados foram confirmados. A DVS coletou animais nos bairros Guarujá e Jardim Itú Sabará.
Neste ano, foram realizadas 24 coletas de animais em diferentes bairros da Capital. A confirmação de casos positivos indica que o vírus está circulando, servindo de alerta para os cuidados que devem ser tomados pela população.
O documento traz orientações sobre o que fazer quando encontrar um morcego seja em situações normais ou em condições que indicam que o animal pode estar infectado. Também há recomendações para profissionais da saúde, para pessoas tutoras de animais domésticos e trabalhadores em empresas controladoras de pragas.
Transmissão
Em Porto Alegre, o intervalo de maior risco de transmissão da raiva vinculado aos morcegos vai de setembro a maio. Esta é a época de maior atividade biológica e período de reprodução do animal. Além disso, no período também são registradas alterações climáticas e ambientais, com elevadas temperaturas, temporais, crescimento dos loteamentos urbanos, entre outros.
Em 2024, foram dez casos positivos, entre 283 coletas. Dos dez casos, três foram confirmados em janeiro. Os bairros onde os animais capturados testaram positivo foram Cidade Baixa, Guarujá, Cristal, Centro Histórico, Tristeza, Belém Novo e São Geraldo. As confirmações ocorreram em janeiro (3), fevereiro (1), abril (3), novembro (2) e dezembro (1).
Doença
A raiva é uma doença transmitida por vírus. Ela pode atingir seres humanos, cães, gatos, bois, cavalos, ovelhas, cabritos, primatas e morcegos, entre outros mamíferos. O vírus é transmitido pela saliva de um animal infectado ao morder, arranhar ou lamber a pele machucada ou com lesões ou mucosas de outro animal ou ser humano.
O vírus afeta o sistema nervoso central da vítima, causando uma encefalite. A doença é praticamente 100% letal, sendo comum as vítimas morrerem pouco tempo depois do início dos sintomas da doença.
O que fazer quando encontrar um morcego:
Se um morcego estiver em sua casa e ele voar, é sinal de que ele está sadio. Nesse caso, abra janelas e apague as luzes. Isso deve fazer o morcego voar para fora do ambiente. Não toque no animal.
Se o morcego continuar na sua casa ou se for encontrado em via pública ou pátios, a recomendação é tentar conter o animal sem tocar nele. Panos, caixas de papel, potes e baldes podem ser usados para tapar o morcego. Você também pode manter o animal preso em um ambiente fechado. Nesse caso, faça contato com a Vigilância em Saúde para pedir o recolhimento do animal.
Em casos de colônias de morcegos, empresas especializadas devem ser contratadas para desalojá-las.
Os morcegos são protegidos por legislações ambientais e de proteção à fauna. Eles têm importância no equilíbrio de ecossistemas e do meio ambiente, realizando o controle de diversos insetos, como o Aedes aegypti (vetor da dengue). Também atuam na polinização de diversas espécies pertencentes à nossa flora nativa. Não mate os morcegos.
Sobre a coleta: a busca acontece de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. A equipe sempre faz contato antes de fazer a visita. Para solicitar a coleta, ligue para (51) 3289-2450 ou chame pelo WhatsApp.
Fora do horário de funcionamento, acione o serviço 156. A Vigilância em Saúde recolhe apenas morcegos que apresentam comportamento anormal e estejam desorientados, dentro de imóveis ou encontrados caídos no chão de pátios e em vias públicas.
O que fazer se você tiver contato com morcego:
Em caso de mordedura, arranhadura ou lambedura em região lesionada, lavar a região com água e sabão de forma abundante. Depois, vá até a unidade de saúde de referência. Os profissionais de saúde irão avaliar e definir a medida a ser tomada – vacinação, uso de soro ou soro e vacina.
As pessoas com indicação para receberem a vacinação devem completar o esquema vacinal de quatro doses para serem consideradas imunizadas. Profissionais das unidades de saúde acompanham os pacientes no prazo indicado para a aplicação das quatro doses da vacina e realizam a busca ativa de pessoas que deixaram de receber alguma dose, para completar o esquema vacinal.