A prefeitura de Porto Alegre informa que monitora anualmente a qualidade da água utilizada para o consumo humano. As análises integram o Vigiagua (Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano). O número de análises é definido pelo Ministério da Saúde.
Para analisar o parâmetro fluoreto, são 53 amostras mensais. Turbidez da água, presença de cloro e de Escherichia Coli, 65 coletas mensais. As coletas são feitas de forma distribuída entre as seis Estações de Tratamento e sistemas de distribuição do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos).
Com o Vigiagua, a intenção é garantir à população acesso à água potável em quantidade suficiente e qualidade mínima, com objetivo de prevenir agravos e doenças transmitidos pela água. O engenheiro químico Rogério Ballestrin, da Diretoria de Vigilância em Saúde, explica que este monitoramento é feito de maneira complementar às análises realizadas pelo Dmae.
“São análises que devem ser realizadas independente daquelas realizadas pelo Dmae para avaliar a eficiência do tratamento da água e a integridade do sistema de distribuição, além de possibilitar à secretaria orientar, para a tomada de providências imediatas, os responsáveis pela operação quando há detecção de irregularidades ou para a adoção de medidas preventivas, tais como proteção do manancial, otimização do tratamento, manutenção dos sistemas de distribuição, entre outras”, enfatiza.
Ufrgs
Uma pesquisa da Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) apurou que a água potável no Estado apresenta alto índice de contaminação química e biológica.
Entre 202 mananciais superficiais do Estado, 56 possuem alta concentração dos protozoários. De 2.304 amostras de água não tratada, 223 apresentaram esses microrganismos. As populações mais impactadas são as das cidades de Porto Alegre, Viamão, Passo Fundo e Capão do Leão.
O estudo, desenvolvido dentro do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Ufrgs, entre 2016 e 2020, constatou que a contaminação biológica se dá por Giardia e Cryptosporidium, que são protozoários causadores de doenças intestinais. Já a química é causada por 17-alpha-etinilestradiol, hormônio sintético que pode causar câncer.