Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2022
O vírus da poliomielite foi encontrado no esgoto de um subúrbio de Nova York um mês antes do anúncio de um caso confirmado da doença no mês passado, disseram autoridades estaduais de saúde nesta segunda-feira (1º), pedindo aos moradores que se certifiquem de que foram vacinados.
A descoberta da doença a partir de amostras de águas residuais coletadas em junho significa que o vírus estava presente na comunidade antes que o diagnóstico do adulto do condado de Rockland fosse divulgado em 21 de julho.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA disse em um comunicado por e-mail que a presença do vírus nas águas residuais indica que pode haver mais pessoas na comunidade eliminando o vírus nas fezes.
Testes de laboratório também confirmaram que a cepa no caso está geneticamente ligada a uma encontrada em Israel, embora isso não signifique que o paciente tenha viajado para Israel, acrescentaram autoridades.
A Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, sem fins lucrativos, disse na semana passada que o sequenciamento genético inicial também o ligava a amostras do vírus altamente contagioso no Reino Unido.
O paciente começou a apresentar sintomas em junho, quando autoridades locais pediram aos médicos que ficassem atentos aos casos, segundo o New York Times.
“Dada a rapidez com que a pólio pode se espalhar, agora é a hora de todos os adultos, pais e responsáveis se vacinarem e vacinarem seus filhos o mais rápido possível”, disse a comissária de Saúde do Estado, Mary Bassett.
Não há cura para a poliomielite, que já foi uma das doenças mais temidas pela capacidade de causar paralisia irreversível em alguns casos, mas ela pode ser prevenida por uma vacina disponibilizada em 1955.
Autoridades de Nova York disseram que estão abrindo clínicas de vacinas para ajudar os moradores não imunizados.
A poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), que pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas) e provocar ou não paralisia.
A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, locais por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores. A doença pode ser mortal, se forem infectadas as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição.
O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.
Na maioria dos casos, a infecção pelo vírus da poliomielite pode ser assintomática. Isso não impede sua transmissão, pois é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e os alimentos.
Quando se manifestam, os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção.
Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Na forma paralítica, quando a infecção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.