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Mundo Vitória de Trump anima bolsonarismo e alerta Lula

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A captura foi feita após uma denúncia de que ele estava no Paraná. (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

O retorno de Donald Trump à Casa Branca fez com que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu entorno tenham ficado empolgados com a possibilidade de voltar ao comando do Brasil nas próximas eleições presidenciais, em 2026. Essa foi a principal mensagem que bolsonaristas difundiram desde que o republicano confirmou, na madrugada de quarta-feira (6), a eleição para mais um mandato nos Estados Unidos.

Especialistas dizem que, para a vontade de Bolsonaro se concretizar, ainda falta um longo percurso. O ex-presidente precisaria reverter a inelegibilidade, o que é visto como improvável pelos analistas.

Ainda assim, os ânimos exaltados da direita com a vitória de Trump devem se servir de alerta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para evitar que eventuais atritos com os Estados Unidos, sob a nova gestão do republicano, tornem-se arma para a oposição. Cientistas políticos e aliados defendem mais pragmatismo do petista e mais acenos ao centro.

A aproximação com o Centrão justifica-se pelos resultados da eleição municipal brasileira, em outubro. No pleito, partidos de centro, como PSD e MDB, foram os vitoriosos, elegendo mais prefeitos e vereadores. A avaliação é de que o apoio dessas siglas será fundamental para fortalecer a candidatura à reeleição de Lula.

“É um momento importante para a direita brasileira porque existe uma identidade do bolsonarismo, especialmente de Bolsonaro, com Trump. A vitória de Trump enche de esperança e dá vigor a esse campo político”, diz Carlos Pereira, professor da FGV e membro sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Ele pondera: “Mas dar uma força é diferente de delirar. Bolsonaro esticou demais a corda em conflitos abertos contra as instituições, caso do Supremo Tribunal Federal. Mesmo que o Congresso venha a aprovar alguma anistia a ele, a minha interpretação é que ela será considerada inconstitucional pela corte. Então a chance de ele ser candidato em 2026 é nula.”

8 de Janeiro

Isabela Kalil, coordenadora do Observatório da Extrema-Direita, diz que é possível que a eleição americana intensifique as discussões por um projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, medida que poderia beneficiar também o ex-presidente. “A mensagem que ficou da eleição americana é que uma liderança pode estar envolvida na incitação de sua base para uma tentativa de golpe de Estado e depois ser premiada com uma eleição”, diz Kalil, fazendo referência ao episódio em que Trump encorajou apoiadores a invadir o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Dois anos depois, em 8 de janeiro de 2023, foram registrados os atos antidemocráticos em Brasília.

“A eleição de Trump pode servir como munição para essa tentativa de anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro. Mas se o projeto é viável é outra história”, diz Kalil. Segundo ela, há outras prioridades no Congresso como os debates sobre as emendas parlamentares e a participação dos deputados e senadores na indicação do orçamento público. Ainda que não seja concedido nenhum benefício a Bolsonaro que lhe permita voltar a disputar o Planalto em 2026, há consenso entre os especialistas de que o discurso radical da direita se fortaleceu com a eleição de Trump.

“Os Estados Unidos sempre foram modelo para o Brasil. A eleição de um candidato da direita radical faz com que a direita daqui fale: ‘Olha só, discursos radicais podem ganhar eleições, não precisa moderar. Não precisa ir para o centro, podemos continuar com um discurso extremo que mesmo assim a gente pode ganhar eleição sem fazer concessões.’

Esse discurso fica fortalecido”, diz o consultor político e ex-ministro Thomas Traumann. Ele avalia que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), segue sendo o favorito a concorrer à Presidência com aval de Bolsonaro.

Pelo lado de Lula e da esquerda, o recado da eleição americana vai em sentido oposto: a avaliação é de que o petista precisa evitar radicalismos para não abrir margem para ofensivas da direita – sejam internas ou externas. Para o cientista político Hussein Kalout, um primeiro passo para Lula é estabelecer diálogo sem hostilidades com Trump. Desta forma, diz, minimizaria as chances de que o republicano queira dar declarações em favor de Bolsonaro e interferir no pleito brasileiro. As informações são do Valor Econômico.

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