Muito se fala sobre os efeitos nocivos das redes sociais para os neurônios, para a concentração, para produtividade, para os relacionamentos, enfim. Pois venho informar-lhes que as redes sociais não são mais uma opção: elas são a realidade. A existência de qualquer ser humano que tenha a intenção de interagir de forma eficiente no mundo passa, necessariamente, pela sua existência física e pela sua existência virtual. E ambas são reais.
A questão não é o quanto de tecnologia deixaremos entrar em nossas vidas. Ela vai entrar. Essa é uma verdade inarredável, e tá tudo bem. Que bom! Graças à tecnologia vivemos hoje muito melhor do que nossos antepassados. É ou não é?
O que proponho refletirmos hoje é totalmente relacionado a algo em que acredito plenamente: AUTORRESPONSABILIDADE. A grande maioria das coisas que vivemos depende – adivinha? – de nós mesmos!
Falar em “autorresponsabilidade”, em parte, doi. Mas, em parte, é uma imensa, enorme, absurda libertação. Autorresponsabilidade nos “permite” ser os donos do nosso próprio destino. Cada um de nós é responsável pelas suas escolhas, pelas suas atitudes. Pelas suas vidas. Está em um relacionamento tóxico? Vive reclamando do trabalho? Pensa que não é valorizado? Sente-se só ou perdido? Vou te contar um segredo: a mudança na sua vida depende de você. E olha que grande, imenso, lindo poder você tem nas mãos.
“Lindo, Ali. E o que isso tem a ver com redes sociais?”. Absolutamente tudo, pois a medida das redes é aquela que nós damos a elas. Como tudo na vida. É o tempo de uso, sim, mas, principalmente, o quanto nos entregamos a elas. Inclusive, quanto àquilo que acreditamos nelas ver. As redes sociais nada mais são que a grande vitrine das nossas vidas – como as melhores lojas, aparece mais quem sabe utilizar o melhor visual, o melhor argumento de venda. Mostrar o que você tem – e, sim, isso envolve o sucesso do seu negócio ou da sua vida.
Sempre foi assim. Não culpem as redes sociais. De uma forma ou de outra, o ser humano sempre buscou formas de exaltar o seu sucesso para o mundo. E qual é o mal disso? Nenhum, desde que não seja SÓ sobre isso. O problema reside muito mais nos olhares tristes de quem vê do que, propriamente, no orgulho de quem posta. Ou de quem sai com o carrão do ano. Ou de quem usa as roupas da moda.
O que incomoda na postagem alheia mostra muito mais sobre a nossa carência do que sobre a vida do outro. Onde gostaríamos de estar, com quem quereríamos conviver, o que nos empolgaria viver. É a nossa ausência, nosso anseio, a nossa dor.
Perceber esse sentimento e reconhecê-lo é útil: não tenho, gostaria de ter. Que bom, vá à luta! Faça o seu caminho, conquiste seus próprios motivos para dividir com o mundo se for o caso – ou não – as suas glorias. E valorize cada passo da jornada, mais do que apenas pelo prazer de um post, mas pela certeza de estar construindo a sua história. Real. Para postar ou não, mas essencialmente verdadeira.