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Colunistas Viva! O Enem chegou

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Foram anos de estudo. Anos de leituras. Anos de testes. Chegou a hora de provar que valeu a pena. É natural que dúvidas pintem aqui e ali. Uma delas se refere à concordância. Estudantes recorreram à coluna para saná-la. Trata-se das manhas dos percentuais. Vamos a elas.

Percentagem ou porcentagem? Tanto faz. A palavra agrada a gregos e troianos. Você prefere percentagem? Use-a. Acha porcentagem mais charmosa? Bom proveito. E a concordância? Como fica o verbo em construções como 10% da população, 1% dos presentes, 20% da turma? Singular ou plural?

Na língua como na vida, ninguém apronta uma só vez nem com uma só pessoa. A percentagem fez concessão no nome. Faz também na concordância. O verbo pode concordar com o número ou com o nome:

Dez por cento da população votou (concorda com população) ou votaram (concorda com 10). Um por cento dos presentes saiu (concorda com um) ou saíram (concorda com presentes).

Freio 1

“Então”, conclui você, “na concordância com percentagem vale tudo. Não precisa nem pensar”. Alto lá, precipitado. Vale quase tudo.

Outro dia, apareceu esta construção no jornal da cidade: “30% das pessoas prefere o azul”. Certo? A concordância pode se fazer com o número ou o nome que o acompanha. Ora, o número é 30, plural. O nome, pessoas, plural. Então não há saída: só o plural tem vez.

Veja este outro caso: 1% da população está indecisa. O número é 1, singular. O nome é população, singular. Eis outro caso sem escolha. Singular ou singular.

Freio 2

Às vezes o número percentual se cansa de andar sozinho. Convida o artigo ou o pronome pra acompanhá-lo. Aí, pronto. Fica fortíssimo. Com ele ninguém pode. A concordância se fará só com o numeral: Uns 8% da população ganham acima de 10 mil dólares. Os 10% do corpo docente mais qualificado abandonaram a escola. Este 1% de indecisos definirá o resultado das eleições.

Moral da opereta

O mundo está cheio de pessoas indecisas. A gramática, que é do mundo, não fica atrás. Está cheia de construções indecisas. Mas, de vez em quando, uns e outros se cansam de acender uma vela pra Deus e uma pro diabo. Tomam partido. É o caso da concordância com percentagem. Ou porcentagem.

Dose dupla

Pare, pense e responda: Na indicação de percentagem, é preciso repetir o sinalzinho % em todos os números? Ou basta usá-lo no último?”
Por questão de clareza, o sinal aparece em todos os números: A inflação dos últimos 12 meses ficou entre 2,5% e 3%.

O mesmo vale para outras abreviaturas: No fim de semana, rodou de 20km a 40km. Trabalha das 8h às 16h. Compre de 3kg a 5kg de carne.

Leitor pergunta

“Pra frente, moçada”, dizem cartazes que animam os estudantes que vão fazer o Unem. A preposição aparece com duas caras. Uma: pra. A outra: prá. A duplicidade deu nó na cabeça dos candidatos. A palavra usa grampinho ou deixa o cabelo livre e solto? – Marcela Castro, BH

Na língua descontraída, o para fica preguiçoso que só. Dispensa uma letra. Por isso, o hedonista faz uma súplica: “Não me deem o peso de um acento. Livrar-se de um fardo e ganhar outro? Seria trocar seis por meia dúzia. Nada inteligente”: Pra frente, moçada. Trabalha pra burro. Gasta dinheiro pra chuchu. Acende uma vela pra Deus e uma pro diabo.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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