Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 29 de março de 2025
Vladimir Putin propôs que a Ucrânia fosse colocada sob uma administração temporária neutra, com o objetivo de permitir a realização de novas eleições no país e a assinatura de acordos de paz. O líder russo sugeriu que essa transição poderia ser acompanhada pelo apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e de países europeus, sugerindo um arranjo internacional para mediar o processo.
A proposta é uma continuação da posição de Putin de que não é possível negociar de forma eficaz com o governo de Kiev enquanto o presidente Volodymyr Zelensky continuar no poder. De acordo com o presidente russo, a situação atual é insustentável, já que Zelensky permaneceu no cargo além do seu mandato, principalmente devido ao cancelamento das eleições no país em razão da guerra.
Esse posicionamento de Putin ressoa com críticas anteriores, incluindo as feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chegou a chamar Zelensky de “ditador” pela mesma razão — a continuação de seu mandato sem novas eleições. No entanto, Trump posteriormente voltou atrás e afirmou não se lembrar de ter feito tal comentário.
Durante o período de guerra, Trump tem defendido que a Ucrânia aceite um acordo para a exploração de suas riquezas minerais, sugerindo que isso poderia compensar o enorme montante de ajuda militar e financeira que os EUA têm enviado ao país desde o início do conflito.
Na última sexta-feira (28), o presidente ucraniano, Zelensky, declarou que o rascunho do plano de Putin ainda precisa ser avaliado pela sua administração antes que uma resposta formal seja dada. Zelensky, no entanto, impôs condições claras, afirmando que não aceitará nenhum acordo que coloque em risco a integração da Ucrânia com a União Europeia (UE), um objetivo fundamental do país desde o início do conflito com a Rússia.
Enquanto isso, a mediação dos Estados Unidos no conflito entre a Rússia e a Ucrânia ocorre em paralelo com as ambições expansionistas da administração Trump, que também visa aumentar a presença geopolítica dos EUA em outras regiões, como a Groenlândia.
Na mesma sexta, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, realizou uma visita ao território da Groenlândia, que tem sido uma área de interesse estratégico para Trump, apesar das objecções das autoridades locais. Vance concluiu sua viagem com uma declaração enfática, afirmando que os Estados Unidos “não têm opção a não ser tomar uma posição significativa na Groenlândia para a segurança do território”. Ele criticou a Dinamarca, acusando o país de não fazer o suficiente para garantir a segurança da região.
“E porque acreditamos que o povo da Groenlândia é racional e bom, achamos que seremos capazes de fechar um acordo, no estilo Donald Trump, para garantir a segurança deste território, mas também dos Estados Unidos da América”, disse Vance, destacando o caráter pragmático da abordagem americana. A declaração gerou desconforto entre os líderes groenlandeses, com o novo primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, descrevendo a visita como uma falta de respeito à soberania do território. Nielsen também fez um apelo por união, destacando a necessidade de resistir a pressões externas em um momento de crescente tensão internacional. (Com informações da CNN Brasil)